O Brasil nas ruas contra a crise
A garantia de emprego até 30 de junho nas montadoras, anunciada ontem pelo governo com a redução do IPI, é resultado da mobilização da categoria, que desde 21 de janeiro luta para garantir os postos de trabalho. O Sindicato defende medidas de estímulo à produção também para os setores de ônibus e caminhões. Ainda ontem, atos em 15 capitais reivindicaram mais medidas anticrise.
Passeata reuniu milhares de manifestantes a partir da Avenida Paulista
As seis centrais sindicais brasileiras, movimentos sociais e estudantis reuniram cerca de dez mil pessoas, ontem, diante da Fiesp, para o Ato Internacional Unificado contra a Crise e as Demissões.
Em seguida, o movimento seguiu em passeata até a Bolsa de Valores de São Paulo, ocupando as ruas centrais da capital.
O ato reivindica redução dos juros, defesa dos direitos trabalhistas, mais investimentos em políticas sociais e redução da jornada de trabalho sem redução de salários.
“Temos inúmeras reivindicações contra a crise e as mais importantes são defesa do emprego e redução dos juros”, disse Artur Henrique, presidente da CUT.
Crise é do capital
“Os trabalhadores não pagarão pela crise”, comentou Canindé Pegado, da União Geral dos Trabalhadores.
“A crise não foi provocada pelos trabalhadores e, portanto, nós não vamos pagar por ela”, afirmou Ubiraci Dantas de Oliveira, da Central Geral dos Trabalhadores do Brasil. Ele lembrou que essa é uma crise do capital e das grandes empresas e bancos que sempre lucraram com ele.
Mobilizações contra a crise e contra as demissões foram foram realizadas em 15 capitais.
Em Porto Alegre, o ato reuniu cinco mil trabalhadores que, além das bandeiras dos movimentos sindicais e sociais, pediram saída da governadora tucana Yeda Crusius, atolada em denúncias de corrupção.
Em Brasília, cerca de 300 trabalhadores realizaram manifestação em frente à sede do Banco Central. No Rio de Janeiro houve um grande ato unificado no centro. O mesmo aconteceu em Florianópolis.
Manifestações semelhantes aconteceram em países da Europa, América Latina e Ásia.