A Mulher no Mercado de Trabalho

Em comemoração ao Dia Internacional da Mulher, que ocorre no domingo, o Dieese e a Fundação Seade divulgaram um estudo que busca avaliar a inserção feminina no mercado de trabalho em 2008 e observar como o tipo de arranjo familiar e a posição da mulher na família influenciam sua inserção neste mercado.
O estudo demonstra que as mulheres casadas, com ou sem filhos, além de seu papel estruturador no âmbito familiar, com suas atribuições como dona de casa e/ou mãe de família, têm se inserido crescentemente no mercado de trabalho.
Porém, há certas características específicas: a taxa de participação das mulheres com filhos (59,6%) supera daquelas sem filhos (55,8%). A taxa de desemprego das que não possuem filhos (13,1%) é menor do que a das que os possuem (15,6%). O rendimento por hora que as mulheres sem filhos recebem, quando ocupadas, supera o das que têm filhos.
As mulheres com filhos tendem a apresentar inserção produtiva de menor qualidade no mundo do trabalho e com baixos rendimentos. Já as mulheres que moram sozinhas apresentam menores taxas de desemprego e inserem-se em ocupações de maior qualidade e com rendimentos mais elevados.
As maiores dificuldades encontradas por mulheres com filhos para obter um trabalho remunerado indica que a maternidade é vista, muitas vezes, como um obstáculo para o mercado de trabalho.
Sem dúvida, a entrada das mulheres de forma mais intensa no mercado de trabalho abre a possibilidade de se discutir mais profundamente o papel da mulher e do homem na família e na sociedade e a necessidade de compartilhar de forma mais igualitária as tarefas no lar e na educação e criação dos filhos.

Subseção Dieese