Fim da redução de jornada na Fiamm confirma retomada econômica

Trabalhadores voltam a trabalhar semana cheia a partir de 1º de março. Montadoras erraram diagnóstico e a conta ficou para os trabalhadores.

Jornada na Fiamm volta ao normal


A semana curta havia sido aprovada em assembléia realizada em janeiro

A partir de 1º de março, os companheiros na Fiamm, autopeças de São Bernardo, voltarão a trabalhar em seus horários habituais.
Ontem, a empresa comunicou o Sindicato que cancelou a redução da jornada para normalizar a produção.
Firmado com o Sindicato no início do ano, após aprovação em assembléia, o acordo reduzia a jornada a quatro dias por semana com o respectivo corte dos salários.
A renda mensal era compensada com um vale compra. O prazo de validade previsto era de quatro meses com igual período de estabilidade.
“A volta da semana cheia é uma boa notícia. Confirma o que dissemos sobre patrão que tomou decisão inadequada sem avaliar o tamanho da crise”, disse Moisés Selerges, coordenador de base de São Bernardo.

Cenário
“As empresas deveriam avaliar melhor o cenário antes de procurar o Sindicato com propostas que colocam em risco a sobrevivência de milhares de famílias, que se tornam vítimas do desemprego e da redução salarial”, ponderou.
“As fábricas, principalmente as montadoras, deveriam ter ouvido nosso alerta, de que era necessário esperar mais um pouco sem tomar decisões apressadas. Se tivessem feito assim, a situação na categoria estaria mais tranquila”, analisa Moisés.
Da mesma forma que a Fiamm, outras autopeças que fizeram acordo de redução com o Sindicato agora dão meia volta para anular o que foi tratado.
Outras, que negociavam acordos, desistiram porque as encomendas voltaram.

Mahle
Os companheiros na Mahle, de São Bernardo, estarão em coletivas entre segunda-feira e 8 de março.
As férias foram acordadas com o Sindicato dentro do processo de negociação em andamento a partir da greve feita em 6 de fevereiro. O pessoal parou naquele dia porque soube da intenção da fábrica demitir. As negociações para a proteção ao emprego vão continuar.