Fábricas têm responsabilidade pelo aumento de taxas e tarifas

Quando as empresas entregam a folha de pagamentos à um banco deixam os trabalhadores reféns dessas instituições. Por isso, a saída é a pressão nelas contra o aumento de taxas e tarifas.

Fábricas também são responsáveis por tarifas

Os trabalhadores não decidem em que bancos as fábricas depositam o seu salário.

É por isto que os metalúrgicos devem cobrar e pressionar as fábricas e não aceitar que os bancos inventem novas tarifas ou queiram aumentar as taxas de juros nos empréstimos consignados. Na verdade, as empresas fazem barganhas e até leilões para vender a folha.

Levantamento do Sindicato dos Bancários de São Paulo feito em 2006, mostra que os bancos pagam entre R$ 1 milhão a R$ 50 milhões por uma folha de pagamentos, dependendo do tamanho da empresa. As folhas dos servidores públicos são as mais disputadas. A dos municipais de São Paulo, por exemplo, foi vendida por R$ 510 milhões ao Itaú pelo então prefeito Serra.

Se os bancos pagam tanto assim, é porque esperam lucrar com a operação e exploração da grana dos trabalhadores. Já as empresas também querem algum retorno.

“É uma troca pela qual as fábricas permitem que os bancos negociem o que não é delas, ou seja, a capacidade de consumo dos trabalhadores”, explica José Paulo Nogueira (foto), diretor de organização do Sindicato.

Por este motivo ele acredita que não se pode esperar uma decisão coletiva do Itaú já que os contratos com as fábricas são específicas e individuais.

“A saída ainda é a pressão e cobrar responsabilidade das empresas por esse saque em nossas contas”, afirma o dirigente.