Ser negro é?

Quatro trabalhadores declaram suas percepções do que é ser negro no Brasil

“Ter orgulho, é ter atitude de negro, de ser trabalhador e ter família. A gente sabe que muitos de nós ainda têm vergonha de assumir a raça, mas temos de lutar, ter consciência e brigar por direitos. Hoje nos vemos mais na mídia, nos esportes, na eleição presidencial dos Estados Unidos. Estamos quebrando preconceitos”, Naiô Lima Vitório, técnico de montagem na Scania.
Naiô significa pássaro que traz alegria.

 

 

 

 

 

 

“Adoro ser negro. Tenho orgulho de minha raça, apesar de chegarmos ao Brasil na condição de escravos. Tenho orgulho de minha negritude e sonho conhecer o local de origem de meus antepassados que, segundo os meus pais, seria em alguma região da África do Sul. Tenho honra da raça e passo isso para meus filhos”, Geraldo Antonio de Freitas, ferramenteiro na Volks.

 

 

 

 

 

 

 

“Ser negro é tudo de bom. É a minha raça e sou uma representação dela. Tanto que o apelido que ganhei aqui na fábrica é Negona. Acho que esse apelido não é uma manifestação racista. Nunca fui discriminada, apesar da discriminação existir. É que não me preocupo com o que os outros pensam. O que importa é o que eu penso”, Valéria da Silva, ajudante de produção na Apis Delta.

 

 

 

 

 

 

 

“No contexto geral, vejo o negro na sociedade como sendo de cor diferente. Mediante isso, temos algumas dificuldades em relação à moradia e à educação. Há uma distância entre nós e o povo branco na qual a gente sente a discriminação. Ela se manifesta no debate de idéias e, quando não chegamos a um acordo, aparecem as manifestações racistas”, José Rodrigues dos Santos, operador especializado na Panex.