Metalúrgicos na Fris Moldu Car podem ter parte dos direitos

Dinheiro pode vir da venda de metade do terreno. Se negócio se confirmar, trabalhadores vão receber 43% do que têm direito.


Zé Paulo, diretor do Sindicato, na reunião dos trabalhadores na Fris

Acordo pode sair hoje
Depois de quase dois anos de luta, os companheiros e companheiras na Fris Moldu Car, de São Bernardo, poderão receber 43% dos seus direitos. A proposta foi apresentada a eles em reunião na sexta-feira na Sede do Sindicato, e o desfecho do caso pode se dar hoje, quando acontece uma nova assembléia de credores.
A proposta surgiu com a oferta de uma construtora, que pretende comprar 12 mil metros quadrados do terreno, metade da área hoje ocupada pela fábrica, pela qual pagaria R$ 10,8 milhões.
Desse total, R$ 5,504 seriam destinados à divisão entre 402 trabalhadores, o que dá 43% do pagamento de direitos, basicamente salários atrasados. O pagamento inicial aos trabalhadores seria de R$ 3 milhões e o restante parcelado em cinco vezes. A outra parte da venda do terreno iria para outros credores, como bancos e fornecedores.
Na renunião de sexta-feira passada, os trabalhadores na Fris votaram individualmente na proposta.
Para Marcelo Mauad, assessor jurídico do Sindicato, a assembléia de hoje dos credores (trabalhadores, bancos e fornecedores) deverá aprovar a proposta. Se isso se confirmar, a Justiça deverá homologar o acordo.
Como condição imposta pelo Sindicato, o pagamento não passaria pelos cofres da Fris. Pelo histórico de vários acordos não cumpridos pela fábrica, a construtora depositaria o dinheiro numa conta judicial, na qual os trabalhadores teriam acesso em seguida. O valor também seria líquido, sem incidência de Imposto de Renda e contribuição ao INSS, o que dá uma aliviada no valor.


Depois de reunião na Sede do Sindicato, trabalhador conferia parcela a receber e decidia se aceitava ou não a proposta