Ipea: menos juros, mais renda ao trabalhador


O aumento da renda do trabalhador e a maior oferta de empregos que vêm ocorrendo desde 2005 só continuarão se o governo reduzir a taxa de juros básicos da economia, a Selic, e mantiver investimentos nos setores de saúde e de educação.
Para isso, terá que reduzir as despesas com pagamentos de juros da dívida pública.
A posição é do presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Marcio Pochman (foto), ao apresentar ontem estudo que mostra que a principal fonte de renda do País, em 2011, deverá Reproduçãovir do trabalho.
Pochmann lembrou que a distribuição de renda no Brasil vem melhorando em período bem recente, com a redução da desigualdade entre os que ganham mais e os que ganham menos. Ao mesmo tempo, está ocorrendo maior participação do salário na renda nacional. É por este motivo que ele sugere a continuidade dos gastos públicos na educação e na saúde.
“Toda vez que aumenta a participação dos salários na renda nacional há redução da desigualdade e há melhoria na distribuição de renda”explicou.

Comparação
De 2005 até este ano, a renda do trabalho cresceu 4% e hoje está em 40% do Produto Interno Bruto – PIB, que é a soma das riquezas do País. Os outros 60% da renda estão nas mãos dos donos de terra, donos de capital (fábricas) e demais proprietários. Esse segmento não representa mais que 5% da população brasileira.
Essa relação já foi menor, o que demonstra que décadas atrás era mais curta a distância entre a minoria mais rica e a maioria mais pobre. Em 1950, a renda do trabalho representava 56% do PIB. Daí em diante ela entrou em declínio e chegou aos 50%, em 1980, e até 36% de 2004.