Saiba mais – A cultura do silêncio

A cultura do silêncio

O 6º Congresso dos Metalúrgicos do ABC, parte de uma matriz inicial e de alguns temas que a circundam: “50 anos de luta: Construindo um Brasil justo e democrático”. Este tema central implica em uma questão fundamental: o autoritarismo.
Quando elegemos a cultura como um dos temas do Congresso estamos criando a possibilidade de pensar projetos que busquem resgatar a identidade histórica de uma categoria que tem por marca a resistência, a denúncia e a luta por consolidar relações sociais em outras bases que não a do autoritarismo e da conseqüente “cultura do silêncio” como nos propõe Paulo Freire.
O termo refere-se a idéia de que existem várias dimensões do silêncio.
O silêncio do corpo, da palavra, da mente (repetir sempre o que o professor diz) e da vontade (saber de competência inquestionável).
Por fim, existe o “silêncio da comunidade”, síntese de todas as outras formas de silêncio.
Para desconstruir o autoritarismo nas sociedades é preciso denunciar a relação de subordinação originada da relação estabelecida entre colonizados e colonizadores no que se refere ao saber e ao poder. Implica em superar esta relação de submissão através do diálogo crítico e criativo.
Relações democráticas implicam em diálogo, tolerância e coerência. Não se pode lutar contra o autoritarismo sendo autoritário. Um projeto cultural que possa possibilitar o exercício de expressar-se das mais variadas formas contribui para a libertação nas mais diversas dimensões, o que fortaleceria a capacidade de criação e, especialmente, a luta histórica para resgatar a voz e a dignidade através da valorização do poder e do saber que os trabalhadores têm.