Paraolimpíada em Pequim – Atletas de S. Bernardo fazem bonito

Das 17 medalhas conquistadas
pelo Brasil nos Jogos Paraolímpicos em Pequim,
três foram de atletas de São Bernardo. Antonio Tenório e Daniele Bernardes
da Silva, no judô, e Mizael
Conrado Oliveira, no futebol de cinco.

Com o ouro, Tenório tornou-se o único atleta tetracampeão
em Olimpíadas e Paraolimpíadas no esporte brasileiro.

O judoca foi ouro em Atlanta, em Sidney e em Atenas. Além disso, sagrou-se campeão no Parapan do Rio-2007, no Mundial da França 2006 e na Copa do Mundo, em 2005.

Aos 37 anos, e sem visão desde os 13, Tenório teve um desempenho impecável, com as quatro lutas vencidas por ippom (o golpe perfeito).

“As medalhas têm um pedacinho de cada brasileiro. Espero que o meu feito sirva de exemplo para os milhões de deficientes”, completou.

Sem óculos – Daniele Bernardes da Silva, de 24 anos, também já conhecia o caminho para o pódio.

A deficiência da duas vezes medalhista de bronze
na categoria B3 (visão monocular) surgiu aos dois anos de idade depois de uma convulsão.

Para ela, as medalhas apagam um pouco da dor do passado. “Sofri muito preconceito na escola e até mesmo entre outras pessoas com deficiência quando tinha
uns 18 anos. Agora não fico mais tão chateada.”

Suas principais medalhas
são o bronze no Mundial de Quebec, em 2003; bronze em Atenas, em 2004; ouro na Copa Mundial de São Paulo, em 2005, e o ouro no Parapan do ano passado. Seu sonho é ter uma academia para ensinar o esporte.

Orgulho – O bicampeão olímpico, Mizael Conrado Oliveira, de 30 anos, aprendeu a superar dificuldades logo no nascimento,
quando descobriram a cegueira.

Depois de 4 cirurgias voltou a enxergar e logo se apaixonou pelo futebol. Aos nove anos, sofreu um deslocamento de retina, que o fez perder a visão.

Mas nem isso tirou a bola dos pés de Mizael, que conheceu o futebol de cinco e iniciou uma carreira brilhante, com dois títulos mundiais, três sul americano,
além das duas medalhadas
de ouro nas últimas edições da paraolimpíada. Ele chegou a ser escolhido, por duas vezes, o melhor jogador do mundo.

“É uma honra representar
o Brasil, melhor ainda
colocar o País no lugar mais alto do pódio”, comemora
o craque. “É importante
para mostrar aos empresários
que os deficientes podem produzir, trabalhar, basta acreditar na gente. É um exemplo também para que os próprios deficientes entendam que eles podem e comecem a ir atrás”, completa
o campeão.