Cultura|Curta essa dica

A fé em preto e branco
A exposição Nossas Almas, do fotógrafo baiano Francisco Vieira, na Caixa Cultural Rio de Janeiro, revela o espírito religioso dos romeiros de Juazeiro do Norte (CE). São 20 imagens em preto e branco de rostos anônimos e gestos devotados daqueles que buscam a proteção do padre Cícero. A curadoria é de Marcelo Reis. Entrada franca (Av. Chile, 230, 2º andar, minigaleria, Centro, RJ), tel. (21) 2262-5483.
De segunda a sexta, 10h às 18h. Sábados, domingos e feriados, 11h às 15h. Até 7 de janeiro.

Mãos de cavalo
Quem somos e que imagem os outros têm de nós? Essa pergunta paira em Mãos de Cavalo (Companhia das Letras, 192 páginas), terceiro livro do jovem escritor gaúcho Daniel Galera. O autor descreve com leveza vidas que se cruzam num bairro de Porto Alegre. Narrativas poderosas e aparentemente desconexas encontram-se num belo desfecho. O tema poderia ser árido, mas Galera é surpreendente. É pegar e não largar. R$ 34.

Segredos embrulhados
Comovente. É o mínimo que se pode dizer de Quase Memória, de Carlos Heitor Cony. A obra, de 1995, é um dos relançamentos do selo Alfaguara, da editora Objetiva. Quase Memória (240 páginas) ganhou prêmio de livro do ano da Câmara Brasileira do Livro e o Jabuti de melhor romance. Nesta “quase-biografia” do pai Ernesto Cony e de si próprio, o autor passeia pela cultura urbana carioca e pelo mundo das redações de jornais de meados do século passado. Gosto de infância, nostalgia e um doce suspense deslizam deliciosamente pelo texto. R$ 37.

Onda mutante
A cidade de São Paulo terá, no seu aniversário de 25 de janeiro, o primeiro show brasileiro do novo Mutantes. Rita Lee não participa. Com Zélia Duncan, os irmãos Arnaldo Baptista e Sérgio Dias mais o baterista Dinho Leme prometem repetir o show realizado em maio, no Barbican Theatre, em Londres. A atualidade da mistura beatle, psicodelia, rock, atitude e irreverência pode ser vista no CD e no DVD gravados ao vivo.

35 anos de estrada
O Quinteto Violado é especialista em resgatar e recriar a música tradicional e folclórica nordestina. Desde 1991, quando foi formado, no Recife, o grupo valoriza a pesquisa da cultura musical brasileira. O som, universal, mescla influências nordestinas e cosmopolitas, numa releitura do cancioneiro popular com toque de contemporaneidade e improvisos típicos do jazz. Com mais de 40 discos lançados no Brasil e no exterior, o grupo criou também a Fundação Quinteto Violado,
que promove ações socioculturais e o intercâmbio musical com a comunidade. Conheça www.quintetoviolado.com.br.

E continuar aquela conversa…
A música brasileira é pródiga em perder grandes talentos na flor da idade. Cássia Eller completaria 44 anos neste 10 de dezembro, mas morreu há cinco anos, aos 39. Provocadora, ela deixou dez álbuns gravados em 12 anos de carreira, com interpretações poderosas do pop brasileiro – Cazuza, Nando Reis, Renato Russo −, de mestres da MPB e viajando mundo afora com Hendrix e Stones. Tinha predileção por gravações ao vivo. Uma delas pode ser conferida agora no registro de sua presença no Rock in Rio, em 2001. São 13 faixas, com destaque para