Resumo

Por Paulo Donizetti (paulo@revistadobrasil.net)

A morte do Iraque
O “sucesso” da operação dos EUA no Iraque, para o governo Bush, é cartada final para evitar uma derrota eleitoral. Para a geopolítica mundial, pode significar o fim de uma nação. Semanas antes da condenação do ditador Saddam Hussein à morte, estudo da publicação britânica Lancet revelou que pode chegar a 500 o número de mortos, por dia, no Iraque, na média dos últimos três anos e meio – cinco vezes mais que as estimativas da ONU. Dois por cento da população foi exterminada desde a invasão do país, em março de 2003. Passa de 600 mil o número de iraquianos mortos por violência no período. A deterioração das condições de vida teria provocado outras 54 mil mortes.

O clima esquentou
O governo britânico publicou no mês passado um relatório sobre as conseqüências econômicas das mudanças climáticas. Segundo o documento, mais de 200 milhões de pessoas poderiam ser deslocadas pela elevação do nível do mar, 40% das espécies poderiam ser levadas à extinção e o PIB mundial poderia cair em até 20%, em decorrência do desleixo com as condições climáticas. O combate ao superaquecimento, aponta o relatório, é o grande desafio da atualidade, de as próximas gerações herdarem custos ambientais que não poderão suportar.

Na política e no bolso
Os alertas científicos para o problema do aquecimento global vêm sendo feitos há décadas e resultaram na formulação do Protocolo de Kyoto, em 1997 – convocando os países desenvolvidos a aderir às metas de redução da emissão de gases de efeito estufa. O principal emissor, os EUA, não quer saber de assinar o protocolo. Agora, com o alerta econômico, espera-se que a pressão mundial sobre os americanos aumente na proporção da temperatura do planeta.

Longo caminho
Apesar das baixas históricas, a ganância dos bancos continua insaciável, já que a taxa básica de juros fixada pelo BC, a Selic, está na casa dos 10% ao ano em termos reais. A média dos juros bancários caiu em setembro para 41,5% ao ano, o menor patamar desde junho de 2000. Nos empréstimos a pessoas físicas, baixou para 53,8%, o menor nível desde junho de 1994. Mas o crédito direto ao consumidor ainda abusa: 61%.

Briga boa
O Procon e o Instituto de Defesa do Consumidor ingressaram com uma ação civil pública contra a Superintendência de Seguros Privados (Susep). A briga é contra a orientação da Susep para que as seguradoras renovem anualmente os seguros, quando aproveitam para aumentar as parcelas de pagamento ou reduzir o valor da indenização.

Menos mal
O desemprego na região metropolitana de SP recuou pelo quarto mês consecutivo, em setembro, segundo a Pesquisa de Emprego e Desemprego realizada pela Fundação Seade e pelo Dieese. Estavam sem trabalho 15,3% da população economicamente ativa da região, menor percentual para este mês desde 1997. Em agosto, a taxa havia ficado em 16%. O contingente de assalariados também aumentou, pelo terceiro mês consecutivo, e diminuiu o número de autônomos. Já os rend