Resumo

Por Paulo Donizetti (leiardb@spbancarios.com.br)

Alckmin fez escola
A tropa de Geraldo Alckmin na Assembléia Legislativa de São Paulo, que barrou a instalação de 69 CPIs para impedir a investigação de denúncias contra sua administração, fez escola. O prefeito tucano de Piracicaba, Barjas Negri, mobilizou rapidamente aliados na Câmara Municipal para evitar, por 10 votos a 4, uma CPI local. A comissão iria investigar negócios da prefeitura com o empresário Abel Pereira. Suas empresas respondem, segundo reportagem da IstoÉ, por doações de 45 mil reais à campanha de Negri e, por coincidência, faturaram 10 milhões de reais, ou 40% do que a cidade gastou, em obras no último ano e meio.

Ligando os pontos
Barjas Negri, que foi secretário-executivo do Ministério da Saúde na gestão de José Serra e seu sucessor na pasta, foi apontado pelos Vedoin – presos por comandar a máfia das ambulâncias – como facilitador das liberações de verbas. O empresário Abel Pereira seria um intermediário de Negri. Enquanto bradava para manter os holofotes sobre o escândalo da compra do dossiê antitucano por petistas – ação apelidada de Operação Tabajara –, o PSDB conseguiu abafar qualquer barulho em torno do conteúdo dos documentos, que comprovariam que a máfia dos sanguessugas agia, e melhor, desde 2001 na Saúde. No Congresso, a CPI dos Sanguessugas prometeu, mas ainda não cumpriu, apurar as relações entre Abel Pereira, Barjas Negri e José Serra.

Vacas profanas
As populações da África deveriam torcer para reencarnar como vacas na Europa. A frase é do egípcio Ismail Serageldin, em palestra na 10ª Conferência Geral da Academia de Ciências do Mundo em Desenvolvimento, no começo de setembro, em Angra dos Reis (RJ). Serageldin disse que uma vaca típica européia recebe 2,20 dólares por dia de subsídio da União Européia, enquanto milhões de pessoas na África vivem com 90 centavos.

Choque de ética
O senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) foi à tribuna do Senado no último dia 3 de outubro com sotaque de vilão de desenho infantil, aquele que sempre diz no final: “Eu voltarei…!” ACM se referia à derrota de seus candidatos ao governo e ao Senado e garantia que o “carlismo” não morreu. Aproveitou para pedir votos. “Chamo a atenção do Nordeste, principalmente, até mesmo da minha Bahia, para que impeçamos essa reeleição tão danosa para o país e coloquemos à frente do governo um homem de bem, honrado, como é o ex-governador Geraldo Alckmin”, disse o senador, paladino da ética.

Bom conselho
O presidente Lula acalenta cada vez mais a idéia de formar um conselho de economistas que – paralelamente à área econômica – avalie a conjuntura e discuta desenvolvimento de longo prazo. Muitos são favoráveis. De Luis Gonzaga Belluzo a Delfim Netto. Da CUT a entidades empresariais, como o Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi) e a Federação das Indústrias do Paraná. A pergunta é: quem seria contra? Os que hoje dominam o Conselho Monetário Nacional e o BC torcem o nariz.

Foco nos princípios
Em tempos de crise polít