Rumos do ABC

A economia do Grande ABC na visão dos metalúrgicos

Este trabalho, Rumos do ABC: A economia do Grande ABC na visão dos Metalúrgicos, elaborado pela nossa Subseção DIEESE, recupera sucintamente a evolução da indústria no ABC Paulista, especialmente do seu núcleo representado pelo setor automotivo, e analisa, em grandes linhas, o atual estágio de nossa indústria local.

Apesar de alguns empresários e políticos criticarem os sindicatos do Grande ABC, acusando-os de contribuir para a crise pela qual passa a região, é preciso ter claro que esta visão em nada corresponde à realidade. Este Sindicato tem buscado permanentemente o avanço das relações capital-trabalho, seja através da proposta do Contrato Coletivo de Trabalho ou, devido a sua não aceitação pelos empresários, pelos acordos coletivos negociados pelo Sindicato e empresas, como os casos do: trabalho em grupos semi-autônomos; participação nos lucros e resultados; a reestruturação das estruturas de cargos e salários entre outros.

É claro que as negociações coletivas como as citadas acima não são atingidas sem que haja um Sindicato representativo respaldado também em sólidas Organizações dos Trabalhadores nos Locais de Trabalho.

E é este sindicalismo atuante e mobilizador, mas ao mesmo tempo propositivo, que, entre 1992/94, ajudou a recuperar o emprego, a produção, o comércio e a arrecadação, da região e do país, através dos acordos da Câmara Setorial Automotiva.

Esquecendo-se destes fatos, alguns preferem se agarrar ao frágil argumento de que os salários afugentam as empresas do ABC. No mínimo, isto é desconhecer o complexo bem mais amplo de determinantes da competitividade. É tão ilógico quanto dizer que todas as empresas fecharão suas unidades na Alemanha e fluirão para Portugal ou Turquia. As empresas podem muito bem pagar salários mais altos, se a produtividade da força de trabalho for compensatória. A este respeito, vale apontar, como o exposto no decorrer deste trabalho, que os indicadores de qualificação e produtividade da região são mais elevados que os de outras regiões.

Hoje vivemos, ao contrário, um processo de desconcentração industrial, que tende a reduzir o peso relativo do ABC, mas também do Estado de São Paulo em relação aos outros. De certa forma, este é um fenômeno natural em qualquer processo de industrialização. Além da aproximação de novos mercados consumidores, as novas fábricas buscam melhores condições de acesso às novas áreas de geração de tecnologia, infra-estrutura, matéria prima, incentivos fiscais, etc.

As conseqüências deste processo poderiam não ser necessariamente negativas para o ABC, se a economia nacional estivesse crescendo, mas tem ocorrido justamente o inverso. Isto de modo nenhum está relacionado à política sindical, mas à crise econômica, causada pelas importações descontroladas e elevadas taxas de juros.

Em suma, este trabalho pretende ser uma reflexão abrangente sobre os rumos da economia da região, e uma contribuição para que, juntos, encontremos os melhores caminhos alternativos.

Formato: 15,5cm x 21,5cm
Nº páginas: 52
Data de publicação: outubro de 1995
Valor para Sócio do Sindicato R$ 5,00
Valor para Não Sócio: R$ 7,00

DIEESE | Publicações | Instruções | Pedido