9. No ABC, o novo sindicalismo

As comemorações do 1º de Maio de 1979 ocorreram durante a trégua na greve de 45 dias e com o Sindicato dos Metalúrgicos sob intervenção. Mais de 60 entidades participaram de sua organização em torno de bandeiras comuns.

No ano seguinte a situação se repetiu, porém com os principais dirigentes da greve presos. A repressão policial jogou duro, proibiu a realização de qualquer manifestação e ocupou todos os espaços da cidade.

A missa programada para a igreja Matriz de São Bernardo foi aos poucos reunindo milhares de trabalhadores que conseguiram romper o cerco policial. No final da missa, a multidão era tão grande que as forças policiais foram obrigadas a recuar e rever a decisão de impedir a manifestação. Foi uma vitória sobre a ditadura militar. Foi também a expressão de capacidade de organização dos trabalhadores, bem como de articulação entre o movimento sindical e popular.

O Brasil, desde então, ganhava um novo espírito crítico. As lutas sindicais e sociais avançaram. A CUT foi criada e a democratização do País foi ganhando fôlego, ao ponto de um trabalhador conseguir disputar a presidência da República.

O “susto do operário no poder”, determinou uma nova reorganização das classes dominantes e sob a égide do estado neoliberal, a partir dos anos 90, uma espada se ergueu contra toda regulamentação, garantias e direitos sociais que conseguimos montar em todos esses anos de luta.

Contra a mediocridade das leis de mercado, da verdade única e da banalização moral e ética é que partimos para as comemorações de um novo 1º de Maio. O último do século 20, um século de conquistas e que deve selar definitivamente o nosso compromisso com a continuidade de construção com um novo mundo.

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