Metalúrgicos da VOLKS param produção do GOL

Os metalúrgicos da Volks decidiram endurecer as mobilizações contra as transferências de trabalhadores para o Instituto Gente, do Grupo Autovisão Brasil.

Mantendo a estratégia de parar setores fundamentais da produção, cerca de 70 metalúrgicos da ala 4 – armação, cruzaram os braços às 08h00. O setor ficará o dia inteiro parado.

A suspensão do trabalho na armação (fase inicial da produção de um carro – primeiro passa pelas prensas, depois armação, pintura e, por último, montagem final), atrasa o das alas de pintura e montagem final, prejudicando a produção do Gol e da Saveiro. Com isso, cerca de 680 carros, modelo Gol poderão deixar de ser produzidos, prejudicando as vendas para exportação e mercado interno.

Segundo Hélio Honorato, coordenador da Comissão de Fábrica, a decisão de um dia de greve foi tomada hoje às 06h00. “Até agora, havíamos feito mobilizações em todos os setores improdutivos da fábrica. Hoje, resolvemos endurecer e fazer manifestações em setores produtivos.”

No dia 21 de julho, a Volks anunciou a transferência de 3.933 trabalhadores (1.923 de São Bernardo e 2.010 de Taubaté) para o Instituto Gente a partir de 1º de setembro. No dia 22, os trabalhadores decidiram em assembléias realizadas nas duas fábricas que não aceitariam as transferências porque acordos firmados em 2001 garantem estabilidade de emprego até fevereiro de 2004 em Taubaté e até novembro de 2006 em São Bernardo.

A montadora manteve a decisão e entregou as cartas comunicando as transferências no dia 31 de julho. No dia 4 de agosto, em assembléias realizadas nos pátios da Volks Anchieta e Taubaté, a categoria decidiu que faria mobilizações diárias para garantir a entrada de todos os trabalhadores nas fábricas até novembro de 2006.

Em São Bernardo, a assembléia aprovou por unanimidade que, a partir de agora, todo dia será dia de luta. No dia 4, os trabalhadores de São Bernardo do Campo rasgaram cópias das cartas e decidiram que os originais seriam devolvidos ao RH da empresa. No dia 5, as cartas foram devolvidas por uma comissão de 15 trabalhadores e 8 mil metalúrgicos fizeram passeatas e apitaços, paralisando a produção por cerca de 5 horas. E desde o dia 6, todo dia os trabalhadores param um setor estratégico da montadora.

Marize Muniz
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