Se a Volks não voltar atrás, as ações na fábrica irão até novembro de 2006

O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, José Lopez Feijóo, realizou hoje três assembléias informativas no pátio Anchieta da Volks, em São Bernardo do Campo. Ele contou aos trabalhadores que a empresa chamou os sindicalistas para conversar o que “é um bom sinal, mas é preciso esperar o resultado da reunião para saber se a montadora mudou ou não sua postura, se ela reconhece a maneira errada como agiu e se recua dos efeitos da carta entregue aos trabalhadores – 1.923 na planta Anchieta e 2010, em Taubaté – para a gente poder debater que tipo de empresa eles estão pensando em criar”, disse Feijóo.

A primeira assembléia foi às 05h30 da manhã com os trabalhadores que estavam chegando para o primeiro turno, cerca de 6 mil. A segunda foi com o pessoal do terceiro turno que estava saindo, ocorreu às 06h20 e reuniu cerca de 800 trabalhadores. A terceira assembléia foi às 07h30 com os mensalistas, cerca de 2 mil.

Feijóo falou sobre a luta conjunta (mensalistas e horistas) para impedir que a Volks coloque, na marra, um carimbo “Autovisão” no peito dos trabalhadores. “Não aceitaremos a rotulação, o carimbo, a marca. Se a transferência é uma espécie de armadilha para tirar dos trabalhadores a proteção do acordo, em nenhuma hipótese vamos aceitar essa atitude. Nenhum trabalhador será transferido para a Autovisão para, meses depois, ser descartado pela montadora”, afirmou Feijóo.

O presidente do sindicato lembrou que no ano passado, durante as eleições, o mundo inteiro cobrou do Brasil o cumprimento dos contratos assinados.” Essa foi a cobrança mais importante daquele período. O presidente Lula ganhou as eleições e mostrou ao mundo que contrato é feito para ser respeitado. Agora, uma multinacional se dá ao luxo de vir ao Brasil e dizer que um contrato aqui assinado não vai ser respeitado.”

Segundo Feijóo, um projeto que a empresa considera bom não pode começar com imposição. A Volks não pode dizer a 3.933 trabalhadores que eles estão compulsoriamente transferidos para a Autovisão a partir de 1º de setembro. Se ela acredita mesmo que o projeto terá êxito, ela que convença os trabalhadores, faça o convite. Não é com desrespeito a um contrato firmado que a Volks convencerá os trabalhadores de que a Autovisão será um sucesso.

Feijóo concluiu com um aviso: segunda-feira faremos uma assembléia geral para informar a todos sobre o resultado da reunião de hoje. Se a empresa não voltar atrás e desconsiderar as cartas, nossa luta prosseguirá até novembro de 2006.

Marize Muniz
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