Compromisso de luta

O assassinato do prefeito Celso Daniel tem de significar um ponto final nesta escalada de violência que nos ameaça a todos. É um crime político e é resultado da explosão de violência promovida pelo narcotráfico, pelo crime organizado e pela omissão dos governos do Estado e do Governo Federal.

Você, leitor e leitora, e todos nós vivemos hoje um clima de terror que só encontra paralelo nos anos 60 e 70, quando a cidadania era refém de quadrilhas de torturadores que seqüestravam e agiam livremente nos porões da ditadura militar. A insegurança em que vivemos hoje não é diferente.

O cidadão brasileiro já não pode sair às ruas para trabalhar sem estar exposto à rapina de quadrilhas. E, agora, todos que lutam por um Brasil melhor, a exemplo do nosso prefeito Celso Daniel, um homem trabalhador, íntegro, que não se enriqueceu com a política, também estão condenados à morte e não encontram no aparelho de segurança do Estado quem garanta seus direitos.

Depois de 20 anos reconstruindo as instituições democráticas em nosso país, é muito difícil aceitar que esta onda de violência cresça impunemente como vem acontecendo. Choramos em praça pública a morte do companheiro Celso Daniel. E vamos continuar nas ruas, de mãos dadas, até que se faça justiça aos seus assassinos e se ponha fim a esta onda de violência que nos ameaça a todos.

Mais que um basta à violência, a morte de Celso Daniel vale para nós como um compromisso de continuar sua luta por justiça e dignidade para todos, único caminho para se conquistar a paz.

Luiz Marinho é Presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, presidente de honra da Unisol-União e Solidariedade das Cooperativas do Estado de São Paulo e Coordenador do Mova Regional