As multinacionais e a tecnologia
Artigo da articulista Maria Prado, no jornal Gazeta Mercantil, de 28 de março, reproduz interessantes conclusões de pesquisa realizada pela Sociedade Brasileira de Estudos Transnacionais e da Globalização Econômica (Sobeet), a respeito dos vários fatores que determinam as decisões de investimento das multinacionais em inovação tecnológica no País.
Por meio de questionários respondidos pelos executivos de 85 grandes empresas em atividade no Brasil, com participação majoritária ou minoritária de capital estrangeiro, a pesquisa chegou às seguintes conclusões:
A) Tem sido baixa a contribuição efetiva dessas empresas na geração de nova tecnologia a partir das próprias subsidiárias instaladas no Brasil. O mais comum é a transferência de tecnologia já pronta da matriz para as subsidiá-rias, sem ampliar de modo significativo suas pesquisas no País. Na média, cada empresa gasta não mais do que US$ 7,1 milhões anuais efetivamente em pesquisa e desenvolvimento no Brasil.
B) Dentro destes baixos valores gastos em pesquisa e desenvolvimento, a melhoria da qualidade do produto é o principal alvo das empresas, ao lado da redução de custos da produção.
C) Como pré-requisitos essenciais para o sucesso de uma inovação, cerca de 60% das empresas destacaram, em primeiro lugar, a qualidade da mão-de-obra (de nível superior e especializada) e a disponibilidade dessa mão-de-obra. Os incentivos fiscais ficaram apenas com pouco mais de 30% das respostas.
De certa maneira, estas informações mostram o acerto da política do Sindicato em buscar a qualificação e escolarização da categoria como uma das metas fundamentais do momento. O Mova, o projeto Integrar e os acordos já realizados por empresas são os passos pioneiros neste processo. Avançar ainda mais é uma das prioridades.
Subseção do Dieese