Trabalho infantil: um mau negócio
Várias ações tentam erradicar o trabalho infantil no Brasil. A Volkswagen, por exemplo, assinou um acordo em 1998, onde ameaçava romper contratos de fornecedores que utilizassem mão-de-obra infantil. Mera questão humanitária? Não mesmo. As indústrias perceberam que a forma como é tratado o trabalho infantil repercute para o bem ou mal nos negócios.
Quem não se lembra do caso de Franca, um dos principais pólos calçadistas do País, ou mesmo das crianças que trabalhavam nas carvoarias, colheitas de laranjas, cana-de-açúcar ou sisal. Quando foram denunciados, chocaram o Brasil com imagens tenebrosas de morte da infância. Como são importantes setores de exportação do Brasil, repercutiram no mercado exterior de forma extremamente negativa.
Segundo a Revista Exame de 8 de março, existe uma grande quantidade de programas e entidades envolvidas na erradicação do trabalho infantil. Um exemplo disso é o chamado Centro de Educação Complementar (CEC) de Itápolis, interior de São Paulo, uma escola criada por empresários da citricultura. O interessante neste caso é que nenhuma das crianças trabalha ou trabalhou nos laranjais. Para não perder contratos no exterior, os empresários tiveram que demonstrar na prática o quanto se preocupam com o tema.
Ficam então as perguntas: podemos dizer com certeza que não existe a utilização do trabalho infantil em nossa categoria? Dizer que somos contra o trabalho infantil é um sentimento básico, mas o que estamos fazendo de concreto para erradicar este problema de nossa região ou País? E quanto aos menores de rua que trabalham na informalidade, em diversas esquinas da cidade por onde passamos?
Vale a pena refletir sobre o assunto.
Subseção do Dieese