Um ano de desvalorização do real
A edição especial do Boletim Dieese de fevereiro de 2000 traz
um balanço dos impactos provocados pelas medidas adotadas pelo governo, a partir
da análise de alguns indicadores. É uma forma de contribuição ao debate dos
efeitos da desvalorização, e do Plano Real, sobre os trabalhadores.
Como
um breve panorama deste estudo, devemos recordar primeiramente que em julho de
1998 houve um processo de especulação financeira no Brasil, com a saída de altos
volumes de reservas. O chamado ataque especulativo levou o governo adotar
algumas medidas, em janeiro de 1999, monitoradas pelo Fundo Monetário
Internacional (FMI).
Desemprego – Estas medidas implicaram na estagnação
da economia, no aumento do dólar e na elevação da taxa de juros, entre outros,
que se refletiram diretamente no aumento do custo de vida e na elevação da taxa
de desemprego. Considerando apenas as regiões metropolitanas pesquisadas pelo
Dieese (Porto Alegre, Distrito Federal, Belo Horizonte, Salvador, Recife e São
Paulo) foram totalizados 3,29 milhões de desempregados, colocando o País como o
terceiro colocado no “ranking” mundial dos países com maior número de
desempregados.
Mesmo considerando que as expectativas de recessão e da
volta da inflação não tenham ocorrido, ainda assim houve uma piora no quadro
social do País (demonstrados pelos indicadores pesqui-sados). De outro lado, a
desigualdade na distribuição de renda, os cortes nos gastos sociais visando tão
somente o ajuste das contas do orçamento, nos levam a refletir sobre urgência de
pensarmos outras políticas públicas (econômica, social, industrial etc.) que
levem em consideração os anseios e necessidades dos
brasileiros.
Subseção do Dieese