MOVA-ABC realiza seminário
Um seminário destinado a sistematizar sua proposta pedagógica, marcado para os dias 5 a 7 de maio próximos, deve garantir um novo salto de qualidade ao Movimento de Alfabetização – o MOVA-Regional do ABC. Iniciativa da Câmara Regional do ABC, presidida atualmente pela prefeita de Ribeirão Pires, Maria Inês, o Movimento mantém atualmente 406 salas de aula em cinco dos sete municípios da Região. Atendendo 7500 jovens e adultos, o MOVA quer chegar ao ano 2000 oferecendo 9000 vagas para a Região. Para alcançar esta meta precisa organizar mais 100 salas de aula ainda este ano.
É uma experiência inovadora no campo da alfabetização de jovens e adultos em nosso País. Organizadas nos municípios de Santo André, São Bernardo, Diadema, Mauá e Ribeirão Pires as salas de aula estão localizadas em residências, garagens, igrejas, salões comunitários, associações de bairro, empresas, além de equipamentos públicos. Em Diadema há cinco salas na cadeia pública da cidade e duas no Centro de Referência do Idoso. Em São Bernardo há uma sala numa clínica de dependentes químicos. O programa MOVA-Servidor, com 9 salas funciona durante a jornada de trabalho em diversos setores da Prefeitura de Santo André. Educadores e educandos são funcionários da Prefeitura. Em Mauá estão sendo organizadas salas de aula para o programa de frentes de trabalho.
A decisão da Câmara Regional do ABC de celebrar um acordo pela organização do Movimento de Alfabetização na região parte da concepção de que a democracia não pode ficar restrita ao âmbito das instituições governamentais. É preciso ir além, alcançar a esfera do conhecimento, multiplicar as oportunidades de cada um na vida social, de forma a garantir a condição de cidadania a todos.
No Brasil de hoje não se fala de outra coisa senão do corte de gastos públicos no social, de redução dos orçamentos da saúde, da educação e no crescimento do desemprego. Num momento como este a alfabetização e educação de jovens e adultos, coloca-se como prioridade número um. Segundo o IBGE, o ABC ainda tem cerca de 270 mil cidadãos não escolarizados, número que corresponde a 17% da população de jovens e adultos da região.
Para o MOVA Regional a alfabetização deve incluir na vida econômica, cultural, social e política quem foi excluído da educação em idade apropriada. Precede até mesmo a necessária requalificação da força de trabalho com vistas a sua adaptação a automação industrial. Pensar nisto sem desenvolver programas de alfabetização é promover mais exclusão.
No dia 26 de fevereiro passado, nesta coluna, na avaliação das atividades do Mova de 1998, destaquei dois grandes desafios a serem enfrentados este ano: ampliar as parcerias com empresas e entidades e sistematizar a proposta pedagógica do MOVA Regional.
As parcerias estão caminhando. O Banco do Brasil está doando kits de material escolar (caderno, lápis, borracha, folhas sulfite) para as cinco cidades, em parceria direta das agências com as coordenações do MOVA de cada cidade. A Nossa Caixa-Nosso Banco, também contribuiu financeiramente para aquisição de material didático. Mas ainda é preciso aumentar o número de parceiros do MOVA. Adotar educadores, custear gastos mensais de manutenção de uma sala de aula, em torno de R$ 300,00, doar material permanente, lousas e carteiras, em especial, são formas de estabelecer esta parceria.
O primeiro seminário que estaremos realizando nos dias 5 a 7 de maio próximo tem por objetivo enfrentar o segundo desafio, ou seja, sistematizar a proposta pedagógica do MOVA Regional. O seminário, com apoio do Banco do Brasil e da Multibrás, será realizado na sede do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, das 19 às 21h30. Estará voltado para um público estimado em 600 pessoas que compõem as equipes técnico-pedagógicas, educadores populares, movimentos sociais e entidades envolvidas na iniciativa.
Na abertura do Seminário, na noite do dia 5, Mário Sérgio Cortela, educad