CUT reivindica investimentos na saúde dos trabalhadores
Central chama atenção para as vítimas de acidentes e doenças do trabalho
Reivindicações acerca da prevenção e investimento das empresas para aumentar a segurança dos trabalhadores marcaram o ato realizado nesta segunda-feira (28), em Diadema, em celebração ao Dia Mundial em Memória das Vítimas de Acidentes e Doenças do Trabalho.
A iniciativa da CUT (Central Única dos Trabalhadores) reuniu representantes do movimento sindical da Região e chamou atenção para as 2.712 vítimas fatais registradas no último levantamento feito pelo Ministério da Previdência com base na CAT (Comunicação de Acidentes de Trabalho), em 2012, o último disponível, em todo o País. O número pode ser maior porque muitas empresas se negam a emitir o CAT para não assumir responsabilidade sobre acidentes e adoencimentos.
No mesmo ano, de acordo com dados da Previdência Social, o ABCD registrou 19 mil acidentes de trabalho, sendo 35 com vítimas fatais. O coordenador regional da CUT, Cladeonor Neves, apontou que o debate de orientação deve ser incentivado e cobrado das empresas para evitar riscos à saúde do trabalhador. “Falta esclarecimento e compreensão dos funcionários sobre a segurança no posto de trabalho para combater, inclusive, as doenças e lesões”, disse.
A categoria dos bancários é uma das que mais apresenta afastamento por problemas de saúde. Levantamento da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro aponta que as doenças relacionadas à saúde mental já superam as do sistema osteomuscular e do tecido conjuntivo, as chamadas LER/Dort, que totalizaram, no ano passado, 4.589 afastamentos computados pelo INSS (Instituto Nacional do Seguro Social). “É uma luta antiga com os banqueiros para tirar as listas de metas a serem batidas, que elevam o nível de estresse dos trabalhadores”, disse Adalto Pinto, secretário de saúde do Sindicato dos Bancários do ABC.
O coordenador da Comissão de Saúde do Sindicato dos Metalúrgicos, Amarildo Sesário de Araújo, levantou a influência do aumento da jornada na saúde do trabalhador. “O consumismo elevou o volume de produção e as horas extras fazem com que o número de trabalhadores doentes ou vítimas de acidentes também aumente”, explicou.
Conferência
Ao mesmo tempo que denuncia, o movimento sindical também se mobiliza para minimizar os danos causados pelo trabalho à saúde. Plenária realizada no Centro de Formação dos Profissionais da Educação na última quinta-feira (24/04), em São Bernardo, estabeleceu as 12 propostas dos trabalhadores para compor a Política Nacional de Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora. O ponto mais votado pelos participantes é o que altera a legislação sobre a Cipa (Comissão Interna de Prevenção de Acidentes) proibindo a participação de chefias ou comissionados no organismo.
“Temos que lutar por uma comissão totalmente formada através de processo de eleição, sem indicação de integrantes com cargo de chefia, que constrange os trabalhadores. Entendemos que os chefes já representam a empresa e não servirão para representar os trabalhadores”, defendeu José Freire da Silva, coordenador do departamento de Saúde do Sindicato dos Químicos do ABC. Outras propostas prevêem maior vigilância sobre ambientes de trabalho e controles mais apurados nas estatísticas de acidentes.
As delegações eleitas para representar a macrorregião seguem para a próxima etapa na Conferência Estadual, entre os dias 8 e 10 de maio, seguindo para a Conferência Nacional, prevista entre os dias 10 e 13 de novembro, em Brasília.
Do ABCD Maior