14 milhões já foram atendidos por médico estrangeiro, diz Datafolha
O ministro da Saúde, Arthur Chioro, participa do Fórum a Saúde do Brasil
Cerca de 14 milhões de brasileiros (10% da população acima de 16 anos) já foram atendidos por algum médico estrangeiro do programa Mais Médicos.
O dado pertence à mais recente pesquisa Datafolha, apresentada ontem durante o Fórum a Saúde do Brasil, segundo seminário da série promovida pela Folha para discutir questões relevantes do cotidiano dos brasileiros.
O Mais Médicos é um programa federal, iniciado em setembro de 2013, que busca levar médicos às regiões do país que carentes de profissionais. Atualmente, atendem pelo programa 9.501 médicos (87% estrangeiros).
Entre os brasileiros que foram atendidos pelos médicos estrangeiros, 69% consideram que o atendimento foi ótimo ou bom e 27% acharam regular, ruim ou péssimo.
Quando questionados sobre a vinda de estrangeiros para trabalhar em regiões do país com falta de profissionais, 67% dos entrevistados são favoráveis à medida.
A maior aceitação foi verificada na região Nordeste, com 72% de aprovação, seguida da região Norte e Centro-Oeste, juntas, com 68%. A região com menor índice de aprovação é a Sul (64%).
A pesquisa Datafolha, encomenda pela Interfarma, entidade que representa a indústria farmacêutica, entrevistou 2.109 pessoas em 140 municípios.
O fórum da Folha contou ainda com a presença do ministro da Saúde, Arthur Chioro, que, em sua exposição, fez uma avaliação do sistema público de saúde do país, o SUS.
Entre os desafios do sistema apontados pelo ministro está a consolidação dos serviços de atenção básica e de redes integrais de saúde, que deem continuidade ao tratamento médico.
Para melhorar o financiamento da saúde, Chioro propôs uma interação mais adequada entre os sistemas de saúde público e privado.”
“Meu sonho é que o SUS legal cada vez mais se aproxime do SUS real, aquele que possa fazer o brasileiro dizer: ´Estou satisfeito´.”
Segundo o ministro, é preciso ainda fazer uma reforma no modelo de gestão do SUS. “Hoje é uma grande dificuldade para gestores públicos: é OS, é Oscip, é fundação, é fundação privada, é empresa.
Nenhum desses modelos dá estabilidade e capacidade para o processo de gestão de que nós precisamos”, disse.
O último dia do fórum, que acontece hoje, terá a presença de David Uip, secretário estadual de Saúde, Claudio Lottenberg, presidente do Hospital Israelita Albert Einsten, e de Gonzalo Vecina Neto, superintendente do Hospital Sírio-Libanês.
No sábado, a reportagem publicará um caderno especial com reportagens com um diagnóstico do setor.
Da Folha de S. Paulo