Meninas começam a ser vacinadas contra HPV
Eficácia é estimada em 99% para casos de câncer de colo de útero; Ministério espera atingir 80% de imunização de adolescentes de 9 a 11 até 2016; maioria adquire HPV nos três primeiros anos da vida sexual
A vacinação gratuita de meninas de 11 a 13 anos contra o papiloma vírus humano (HPV) começa nesta segunda-feira (10) nos 36 mil postos de saúde do país e em escolas públicas e privadas. A partir de 2015, o Ministério da Saúde vai vacinar meninas de 9 a 11 anos e, em 2016, apenas meninas de 9 anos. O objetivo do órgão é imunizar 80% das 5,2 milhões de meninas de 9 a 13 anos do Brasil até lá.
A vacina previne o câncer de colo do útero e é administrada em três doses, sendo a segunda de 30 a 60 dias depois da primeira (dependendo do produto utilizado) e a terceira com 6 meses após a primeira dose. A vacina é a quadrivalente, com eficácia comprovada contra quatro tipos de vírus da família HPV (6, 11, 16 e 18). Os de número 16 e 18 causam lesões cancerígenas.
Estima-se que 70% dos casos de câncer de colo de útero estejam associados a esses dois sorotipos.
A maioria das pessoas adquire HPV nos três primeiros anos da vida sexual. No caso das mulheres, 46% entram em contato com o vírus nos dois primeiros anos e, dos homens, 60% têm algum contato com o HPV nos três primeiros anos. Especialistas estimam que mais de 70% das pessoas sexualmente ativas entrem em contato com um ou mais tipos de HPV em algum momento de suas vidas.
O câncer de colo de útero é o segundo tumor mais recorrente entre as mulheres brasileiras, perdendo apenas para o câncer de mama. Só em 2011, 5.160 mulheres foram vítimas da doença no Brasil. Segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), todo ano surgem 17.540 novos casos no país, a maioria nas regiões Norte e Nordeste e em localidades mais pobres dos centros mais ricos.
Estudos clínicos, no entanto, comprovam eficácia da vacina de 99% na prevenção do câncer de colo de útero, 100% na proteção de lesões de alto grau de vagina e vulva e 99% nas lesões genitais externas.
O contato sexual é a maneira mais comum de contágio, incluindo o sexo oral. Isso porque a contaminação se dá também pelo atrito de mão, boca ou genitais com mucosas infectadas. Na maioria das vezes a doença não apresenta sintomas. A vacina não substitui outros métodos contraceptivos.
Da Rede Brasil Atual