Sindicato investe na formação de cipeiros nas empresas

No dia do cipeiro cerca de 200 representantes de CIPAs em 60 empresas da base se reuniram no Centro Celso Daniel e reafirmaram que empresa não pode comprar saúde do trabalhador.

O coordenador da Comissão de Saúde, Amarildo Sesário de Araújo, no encontro com os representantes

 

O Sindicato já encontra bons resultados nos investimentos que realiza na área da Saúde, principalmente nos cursos para a formação de cipeiros na base.

A boa notícia foi dada pelo coordenador da Comissão da Saúde, Amarildo Sesário de Araújo, do CSE na Mahle, durante encontro mantido com 200 representantes de CIPAs em 60 empresas da categoria, na última sexta-feira no Centro Celso Daniel. O evento ocorreu pelo Dia do Cipeiro, comemorado no sábado.

“Nos últimos dois cursos, formamos cerca de 60 companheiros. E teremos ainda muito mais encontros, inclusive sobre ergonomia e assédio moral”, disse Amarildo.

“Futuramente, queremos cuidar da formação para o novo Regime Automotivo, o Inovar-Auto. Afinal, existem mais de 500 cipeiros atuando com o apoio do Sindicato e precisamos estar atentos a tudo que acontece para informar com clareza os companheiros no local de trabalho”, prosseguiu.

Em sua fala, Amarildo contou que antigamente algumas empresas ofereciam prêmios aos trabalhadores em setores onde não tivessem registros de acidentes de trabalho.
 
“Para ganhar panelas e furadeiras, por exemplo, os metalúrgicos não relatavam os ferimentos sofridos, criando assim uma cultura em que todos se calavam”, denunciou o dirigente.

“Agora, graças ao trabalho de organização feito pelas CIPAs conseguimos reverter este tipo de situação porque nenhuma empresa pode comprar a saúde e bem-estar de todos. O trabalhador jamais deverá deixar de registrar os acidentes na empresa por troca de qualquer tipo de brinde”, afirmou.

Cerest e INSS

O resultado direto desta atuação mais firme das CIPAs é o crescimento expressivo do número de notificações de acidentes de trabalho em São Bernardo nos últimos três anos. Segundo dados do Centro de Referência em Saúde do Trabalhador (Cerest), foram 4.668 casos registrados nas empresas em 2012, ante 449 em 2010 e 2.788 em 2011. Para o coordenador do Departamento de Saúde e Meio Ambiente, Théo de Oliveira, os trabalhadores são legítimos representantes do Sindicato no local de trabalho.

“Vejo um evento deste com muita alegria. Nós precisamos melhorar ainda mais nossa organização para que as leis, convenções coletivas que nós conquistamos ao longo de tantos anos, sejam respeitadas e cumpridas”.

A atividade contou ainda com a participação de representantes do Cerest e INSS.

3 perguntas para Barba

O diretor de Administração do Sindicato, Teonílio Monteiro da Costa, o Barba, também participou do encontro que comemorou o Dia do Cipeiro.

Qual é a ação mais importante da CIPA?

Conhecer todo o sistema de produção e fazer o mapa de todos os riscos neste processo, pois é aí que surgem os problemas de saúde.
Por isso é importantíssima a formação sindical de quem fiscaliza e garante as condições de trabalho. Isto é, o cipeiro.

O que é necessário para ser um bom cipeiro?

Não desistir nem desanimar. Tem que ter postura e credibilidade porque se os trabalhadores não confiarem, ele se perde durante este processo. Os Metalúrgicos do ABC têm a organização e a formação mais avançadas no Brasil, por isso devemos pensar na responsabilidade sindical com políticas industriais.

E a atuação na empresa?

Temos a obrigação de manter a organização no local de trabalho, pois este modelo começou no final da década de 1970 com o Lula. E nós, enquanto trabalhadores, precisamos estar mobilizados e unidos.

O que dizem os cipeiros

“Hoje nossa atuação é forte na empresa e já reduzimos muito o número de acidentes. Isso é muito gratificante”. Daniela Cardoso dos Santos, a Dani, cipeira na Paschoal.

“Nosso trabalho tem surtido efeito porque acontecem poucos acidentes atualmente lá, mas vamos reduzir ainda mais”. Cosme Alves, o He-man, cipeiro na Sogefi.

“Sou a primeira mulher eleita para a CIPA na empresa. Até agora consegui ajudar bastante e aprender também”. Gislene da Silva Martins, a Gis, cipeira na Wagner Lennartz.

Da Redação