´A sociedade não conhece o autismo´, diz metalúrgico

 

“Meus dois filhos me fizeram um homem melhor”, afirmou Robinson. Foto: Paulo de Souza/SMABC

 

Há quatro anos, o operador de máquinas na Mercedes-Benz, Robinson de Souza Santana, descobriu que seu filho Cauã, o mais novo, tinha autismo.

“Levei um choque. Nunca tinha ouvido falar nisso”, contou o companheiro. E continuou, “a sociedade não conhece o autismo e eu também não conhecia”.

Segundo Robinson, ele se mudou para São Bernardo com a família em busca de uma escola que pudesse ajudar no desenvolvimento de Cauã, que até os dois anos não falava.

“Ele frequentou uma escola municipal José de Alencar dos quatro aos seis anos, pelo programa de inclusão da Prefeitura, e o seu desenvolvimento foi impressionante”, contou o metalúrgico.

Cauã, agora com seis anos, estuda no Sesi e está sendo alfabetizado.

Síndrome de Asperger
Na mesma época em que descobriu que seu filho mais novo tinha autismo, Robinson também detectou que o mais velho, Juan, também apresentava algumas características do autismo, a chamada Síndrome de Asperger.

A Síndrome está dentro do espectro do autismo, que varia em graduações para cada pessoa, mas neste caso não envolve deficiência intelectual.

Processo novo
Robinson admite que ainda faltam a alguns professores conhecimentos específicos para ajudar no crescimento de crianças com autismo, mas reconhece o esforço de inclusão como positivo.

“É um processo muito novo e todos estamos aprendendo com essa nova situação”, disse.

O companheiro garante que a integração é favorável para todas as crianças, que aprendem a respeitar as diversidades.

“Meus dois filhos me fizeram um homem melhor”, concluiu.

E você sabe o que é o autismo?
Hoje é o Dia Mundial de Conscientização sobre o Autismo e apesar de inúmeras pesquisas sobre o assunto ainda estarem em andamento, existe um consenso que o autismo é caracterizado por déficits observáveis na comunicação e na interação social, além de comportamentos repetitivos e áreas restritas de interesse.

A noção de autismo foi descrita em 1988 e entende que essas características variem de acordo durante o processo de adquirir conhecimento em qualquer área ou assunto.

 Em um extremo temos os quadros de autismo associados à deficiência intelectual grave, sem o desenvolvimento da linguagem, com padrões repetitivos simples e bem marcados de comportamento e pequena interação social.

E, no extremo oposto, quadros de autismo chamados de Síndrome de Asperger, sem deficiência intelectual, sem atraso significativo na linguagem, com interação social bastante diferente do habitual e sem movimentos repetitivos tão evidentes.

Reconhecimento agora é lei
No ano passado, o governo federal reconheceu os direitos das pessoas com autismo por meio da lei que institui a Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista. A norma garante ao autista acesso à saúde, educação, ensino profissionalizante, mercado de trabalho, entre outros direitos. 

 

Da Redação