Investimentos em saneamento crescem e 81% têm acesso a água tratada no país
Mais da metade da população ainda não é atendida pela rede de esgoto, mas em cinco anos 15 milhões foram incluídos
Em cinco anos, R$ 10,4 bilhões foram investidos na área (Foto: Gervásio Batista/Agência Brasil)
São Paulo – Estudo divulgado nesta terça-feira (20) revela que os investimentos na melhoria e expansão da rede de tratamento de esgoto aumentaram 7,5% ano de 2003 a 2008. Segundo dados colhidos pelo Instituto Trata Brasil em parceria com a Fundação Getúlio Vargas (FGV), o montante investido ao ano no período passou de R$ 1,8 bilhão para R$ 2,6 bilhões. Com os R$ 10,4 bilhões aplicados, 15 milhões de pessoas passaram a ter acesso à rede de esgoto.
A pesquisa “Benefícios Econômicos da Expansão do Saneamento Brasileiro” foi baseada em dados do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento, do Ministério das Cidades. Foram analisados os 81 municípios brasileiros com mais de 300 mil habitantes. Apesar do crescente investimento, 57% dos brasileiros ainda não têm esgoto tratado e 19% da população não conta com o serviço de abastecimento de água.
O levantamento aponta que a universalização do acesso a água tratada e a manejo adequado para o esgoto representaria economia de R$ 745 milhões ao longo dos anos. O cálculo baseia-se no custo estimado de internações por infecções gastrointestinais em 2009. Naquele ano, foram 462 mil internações, das quais 2,1 mil não evitaram a morte dos pacientes, segundo dados do Datasus.
O saneamento eliminaria uma em cada quatro internações e reduziria o número de mortes em 65%. “A implantação da rede de esgoto reflete positivamente na qualidade de vida do trabalhador, o que aumenta sua produtividade e sua renda, além de contribuir para a valorização dos imóveis”, pontua o relatório.
A discrepância entre as regiões torna-se evidente. No ranking do saneamento, entre os vinte municípios mais bem colocados, nenhum está nas regiões Norte e Nordeste. A cidade nordestina mais bem posicionada é Fortaleza (CE), na 27ª posição. Em Jundiaí, dona da melhor avaliação, o percentual da população atendida com a rede de esgoto é de 92%, enquanto em Porto Velho, a última, apenas 2% tem acesso à rede esgoto.
Com Rede Brasil Atual