Outra campanha difícil
Com a proximidade da nossa data-base (1º de novembro), é natural o aumento da expectativa de toda a categoria sobre os principais pontos da pauta de reivindicações.
Para este ano, os metalúrgicos elegeram como prioridades a luta pela redução da jornada de trabalho (sem redução salarial), recomposição das perdas salariais, aumento real de salários e manutenção de direitos sociais. Todos eles temas da maior relevância.
Os indicadores econômicos nos dão conta de uma pequena recuperação da produção industrial, o que rechaça os argumentos de sempre da classe patronal, de dificuldades financeiras, para justificar a não concessão de aumento de salários.
Há, também, uma grande conscientização por parte dos trabalhadores de que a redução da jornada de trabalho é um importante mecanismo para combater o desemprego gerado pela globalização da economia.
É importante ressaltar, no entanto, que a categoria deverá estar atenta e mobilizada para defender suas conquistas sociais históricas, mais especificamente aquelas que constam da nossa Convenção Coletiva de Trabalho.
A reação empresarial – As últimas campanhas salariais têm sido marcadas por forte pressão dos empresários para reduzir as cláusulas sociais garantidoras de direitos básicos da nossa categoria, principalmente contra aquela que garante estabilidade no emprego aos acidentados no trabalho e portadores de moléstias profissionais.
Não é de hoje que temos alertado que essa importante conquista corre risco de desaparecer, se não estivermos preparados para defendê-la. Basta lembrar que os metalúrgicos da base da Força Sindical tiveram restringido esse direito na campanha salarial passada, e deverão perdê-lo em definitivo em pouco tempo. Os metalúrgicos da CUT são os únicos que mantiveram intacta a cláusula do acidentado.
E o empresariado já mostrou, novamente, a disposição em eliminar direitos fundamentais. As primeiras negociações noticiadas, com o grupo 8 (máquinas, eletroeletrônicos, etc.) e com o setor de autopeças nos dão conta das dificuldades que teremos.