A justiça terá que ser feita
Gostaríamos de iniciar a nossa primeira coluna deste ano falando de coisas boas, de perspectivas positivas no campo dos direitos sociais, da espera de mudanças em um ano eleitoral. Porém, ante os acontecimentos trágicos dos últimos dias, não haveria como não nos juntarmos a todas as demais solidariedades prestadas ao nosso inesquecível prefeito, Celso Daniel.
As características que cercam o crime, desde o sequestro na sexta-feira à noite até o assassinato ocorrido, provavelmente, na madrugada de domingo, nos dão conta que este não foi um delito comum. O homicídio do prefeito de Campinas, Toninho do PT, em setembro do ano passado, até poderia gerar dúvidas, deixando a impressão de ocorrência de um simples assalto, mas o de Celso Daniel não. Foi, certamente, um crime político, praticado por algum grupo organizado e extremista, não se sabendo, até aqui, o porquê de tamanha barbaridade. Por que tantos políticos do PT vêm sendo vítimas de atrocidades, de atentados e de ameaças?
E, diante disso tudo, temos a triste constatação de que o Estado continua inoperante, em termos de segurança pública. De que adianta o governador de São Paulo e o presidente da República virem agora, a público, informar que vão tomar providências enérgicas, se nada fizeram no aspecto preventivo? Que medidas tomaram quando a direção nacional do PT lhes apresentou as denúncias e provas de ameaças escritas vindas dessa organização fantasma que se denomina FARB (Frente de Ação Revolucionária Brasileira)? Isso sem falar nas frágeis investigações até aqui feitas no caso do prefeito de Campinas.
Por outro lado, não podemos dar ouvidos aos oportunistas que agora pedem pena de morte e prisão perpétua. De que adianta aumentar as penas hoje impostas se os criminosos não ficam muito tempo nos presídios. Não precisamos lembrar das fugas espetaculares dos últimos anos, com o uso de túneis e, até, de helicópteros. O problema reside na aplicação da pena, e não na sua quantidade. Uma nova política criminal, um novo sistema carcerário são necessários há anos. Infelizmente, ninguém sabe quando eles virão, e se virão.
CELSO, SEU EXEMPLO ESTARÁ SEMPRE VIVO ENTRE NÓS. A JUSTIÇA SERÁ FEITA.