Campanha da carteira assinada

Quem pensa que a ausência de anotação do contrato de trabalho na carteira atinge apenas os trabalhadores informais e autônomos, como os vendedores ambulantes, os catadores de lixo, os domésticos, os agricultores familiares, os cooperados, os seringueiros, os pescadores, as prostitutas e os motoboys está redondamente enganado. A precarização do trabalho tem alcançado até categorias fortes e organizadas com a dos metalúrgicos e químicos.

Essa situação não é nova. Há muito tempo tem-se falado em outras formas de prestação de trabalho. A modalidade emprego, realmente, tem sido cada vez mais abandonada no Brasil. Essa situação é fruto da economia globalizada que vivemos. Em nome da competitividade, cada vez mais se sacrifica o trabalho humano.

Por iniciativa do nosso Sindicato, uma importante campanha no ABC tem ganhado corpo e deverá alcançar outras regiões. Trata-se da luta pela carteira assinada, garantindo os direitos sociais a todos os que se encontram na informalidade hoje. É mais uma luta por inclusão social.

>> Na reforma trabalhista

Nossa responsabilidade, enquanto representantes da classe trabalhadora, é encontrar soluções para que os direitos básicos, duramente conquistados, sejam aplicados a todos que trabalham no Brasil. A CLT não pode ser privilégio de poucos, mas sim uma garantia para todos que produzem.

Um meio termo tem que ser encontrado na reforma trabalhista, que deverá ficar para o próximo ano, para estimular o empresário que contrata, que gera empregos e que produz, e para assegurar uma vida digna e decente para quem trabalha, independente da forma em que o trabalho é prestado. Essa é a principal tarefa que temos pela frente. É o que vai dar sentido a uma verdadeira reforma no Brasil.

Departamento Jurídico