Educação profissional

A educação profissional, um dos temas de debate no 4º Congresso, tende a ser vista, particularmente depois de anos de vigência de um modelo de desenvolvimento neoli-beral, como um campo de formação específico, cuja articulação deve se dar fundamentalmente com o sistema produtivo e não com o sistema educacional.

Nessa linha de raciocínio, as demandas das empresas por mão de obra qualificada, focadas em determinadas competências e em habilidades específicas, devem nortear a oferta de cursos profissionalizantes. Estes devem ser, por sua vez, forma-tados em percursos modulares de curta duração, voltados para demandas concretas. Além do conhecimento técnico, definido pela demanda do mercado, o trabalhador deve receber o treinamento sobre um conjunto de habilidades e competências que o levem a se aproximar do perfil desejado pelas empresas: um profissional participativo, criativo, dotado de espírito de equipe, responsável, versátil, capaz de se adaptar ao ambiente do trabalho em constante mudança. Enfim, um trabalhador moldado para a disciplina no trabalho.

Desmonte

A política educacional da era FHC, seguindo essa concepção, aprofundou a segmentação do sistema educacional, fazendo da educação profissional um campo onde continuam a prevalecer os interesses do capital. Recursos públicos continuaram sendo usados para financiar projetos de interesse privado (Senai, Sesc etc), ao mesmo tempo em se operou um verdadeiro desmonte da rede pública de ensino técnico. Numa linha de política compensatória, visando atenuar os impactos do desemprego e da precarização do trabalho, volumosos recursos do FAT foram destinados a programas de qualificação profissional de qualidade e eficácia discutíveis.

O atual governo tem como propósito reverter esse quadro, articulando a educação profissional com a educação básica de características humanistas e científico-tecnológicas, condizente com os requisitos da formação integral do ser humano.