Os trabalhadores e a criação de direitos

A história dos trabalhadores, ao longo dos últimos dois séculos, é marcada por uma constante luta contra a exploração econômica e as condições de vida a que têm sido submetidos. A compreensão de que a realidade por eles vivida era injusta e inaceitável os levaram a se mobilizar e a lutar para mudá-las. Enfrentaram condições muito adversas para que sua voz fosse ouvida: ameaças, agressão física, repressão, tortura, assassinato e exílio.

Mas as lutas não foram em vão. Delas resultaram conquistas que, por algum tempo, beneficiaram um grupo de trabalhadores, através de um acordo temporário, ou que se estenderam, de forma permanente, para o conjunto dos trabalhadores, na forma de direito, regulamentado por lei. Foi geralmente dessa forma que conquistaram direitos fundamentais aqui no Brasil e em outros países.

O processo envolve diferentes momentos: a insubmissão diante de uma situação considerada injusta, a formulação de uma reivindicação ou demanda, a organização e mobilização com o objetivo de superar os problemas e, finalmente, os embates contra os sujeitos e forças sociais com os quais seus interesses conflitam.

O que acontece na fábrica, acontece de forma semelhante na sociedade. Uma reivindicação move os operários que pressionam os donos da empresa. O resultado do conflito pode ser um acordo no qual as demandas dos trabalhadores se transformam em conquista. Mantê-la exigirá dos próprios trabalhadores vigilância e capacidade permanente de luta. Quando a conquista de um grupo, a redução de jornada de trabalho, por exemplo, se estende para o conjunto dos trabalhadores, sob a forma de lei que a regulamenta, transforma-se em direito. Os trabalhadores tornan-se, dessa maneira, em sujeitos que criam direitos.

Departamento de Formação