A negociação coletiva dos metalúrgicos
Na semana passada, a Federação Estadual dos Metalúrgicos da CUT (FEM) deu início às atividades da campanha salarial 2004. Esse é um momento oportuno para se refletir sobre os avanços na campanha do ano anterior e para identificar os desafios que temos pela frente este ano.
Há consenso entre os trabalhadores e pesquisadores do movimento sindical sobre os avanços do ano passado. Os acordos foram um marco: reposição das perdas, aumento real, manutenção das cláusulas sociais por dois anos, antecipação da data-base, entre outras conquistas importantes.
O que assegurou essas conquistas foi, mais uma vez, a disposição de luta dos trabalhadores, cuja mobilização foi orientada por uma estratégia que combinou manifestações, que deram visibilidade da luta para a sociedade; e diferentes formas de pressão envolvendo passeatas, manifestações nas fábricas, operação tartaruga, paralisação de curta duração de setores estratégicos e paralisação nas montadoras.
>> Mudança de rumo
Essa linha de ação fez com que os patrões mudassem sua disposição de negociar. No início do processo, sua postura chegou a ser desrespeitosa e suas propostas inaceitáveis. Essa unidade, no entanto, foi quebrada com a conquista do acordo na Scania, que se tornou referência para os demais acordos. A radicalização da VW, levando a disputa a dissídio, e a decisão do TRT, favorável aos trabalhadores, acabaram consagrando as conquistas.
Outros feitos poderiam ser lembrados como sinais de avanço da luta. No entanto, é importante ressaltar que ainda temos um longo caminho a percorrer até a conquista de avanços ainda maiores, como o contrato coletivo de trabalho.
Departamento de Formação