Pesquisa: Jovem pensa mais em educação que em sexo e drogas

Nas novelas, o jovem costuma aparecer como o surfista desligadão, que passa o tempo entre games e bate-papo de internet. Quando a tevê mostra o jovem da periferia, mudam apenas as preferências. Aí aparece alguém mais interessado em rap e falando muita gíria. Em nenhum dos casos aparece um jovem estudioso ou trabalhador. Mas na vida real é diferente.

Ao contrário dos modelos televisivos, uma pesquisa inédita revela que o tema educação (ir a escola, fazer vestibular e faculdade) lidera o ranking de interesses do jovem brasileiro, com 38% das preferências . Em seguida vem o trabalho (ter emprego e futuro profissional), destacado por 37% dos entrevistados.

Para surpresa geral, drogas e sexo são interesses menores da juventude, com apenas 7% e 6%, respectivamente. Estes dados estão no Perfil da Juventude Brasileira, uma iniciativa do Projeto Juventude-Instituto de Cidadania, com a parceria do Sebrae, sob a coordenação técnica da Criterium Assessoria.

Preocupação com o futuro
Os números foram divulgados pelo ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Luis Dulci. “De acordo com a preferência de assuntos, pode-se achar apressadamente que os jovens preferem se debruçar sobre livros didáticos do que jogar conversa fora com os amigos. Na verdade, o que eles têm é consciência de que educação e emprego são fundamentais para a vida no futuro”, adiantou o coordenador da pesquisa e sociólogo da Criterium, Gustavo Venturi.

Metade teme a violência
Quando perguntados sobre problemas que mais os preocupam, mais da metade (55%) dos jovens se atordoa com a violência, principalmente assassinato e assalto. No mesmo grau de importância vem o desemprego e o receio quanto ao futuro profissional (52%), seguido por drogas (24%) e educação (17%). “Talvez como reflexo de outros dados reveladores, 40% dos jovens estão desocupados e 64% dos que trabalham encontram-se na informalidade”, ressalta Venturi.

Cultura e lazer ocupam o terceiro lugar no ranking de interesse (27%), sobretudo quando se trata de música, ir a festas ou assistir televisão. Em seguida vem futebol e esporte (21%) relacionamentos amorosos (20%) e drogas (7%).