O Dia Internacional da Mulher
Hoje é o Dia Internacional da Mulher. Há exatamente 145 anos (8 de março de 1857), 129 operárias de uma fábrica têxtil em No-va York entraram em greve rei-vindicando salários iguais aos dos homens e redução de jornada de trabalho. Em resposta, os patrões incendiaram a fábrica e todas morreram. Em 1910, o Segundo Congresso Internacional da Mulher, na Dinamarca, escolheu o dia 8 de março como o dia da mulher. Hoje, operárias em greve não são queimadas e a mulher, ao longo dos anos, foi conquistando direitos pelos quais lutou. Apesar disso, sua situação ainda está longe de ser das melhores, principalmente quanto ao mercado de trabalho. Segundo dados do Boletim Dieese, nas regiões metropolitanas as mulheres têm ganhos que variam entre 51% e 70% do que recebem os homens com a mesma escolaridade. A desigualdade na remuneração é mais acentuada entre trabalhadores com carteira assinada que têm nível superior. Enquanto 52,8% dos homens com este grau de instrução recebem mais de 10 salários mínimos, apenas 36,2% das mulheres atingem este patamar salarial. Apesar da análise de alguns indicadores do mercado de trabalho brasileiro evidenciar uma situação desfavorável aos trabalhadores de ambos os sexos, a situação é pior para a mulher trabalhadora. A proporção de mulheres com vínculos de trabalho precários, sem garantia de acesso a nenhum benefício social, é sistematicamente maior do que a dos homens em todas as regiões metropolitanas pesquisa-das. A taxa de desemprego das mulheres é superior a dos homens. Há muito o que ser feito para que a situação das trabalhadoras melhore no Brasil. As mulheres têm consciência das conquistas obtidas, mas ainda sofrem com o peso da dupla jornada e com a discriminação. Somente com a igualdade de oportunidades e remuneração é que se pode mudar este quadro desfavorável.