As negociações salariais em 2001
O ano de 2001, do ponto de vista das negociações salariais, pode ser caracterizado por dois períodos distintos. O primeiro semestre foi bastante favorável, com a maior parte das categorias – 72% do total – conquistando, no mínimo, a reposição integral da inflação medida pelo INPC/IBGE. No segundo semestre, houve inversão deste quadro, e a proporção das categorias que conseguiu reajuste igual ou superior ao INPC caiu para 46%.
Características econômicas bastante diferenciadas determinaram os dois comportamentos. Nos primeiros seis meses do ano, e principalmente no primeiro trimestre, os resultados apurados pelo Banco de Dados Sindicais do DIEESE refletiam o aquecimento econômico anunciado em 2000. No segundo semestre, o racionamento de energia elétrica, a crise econômica da Argentina, e as perspectivas negativas para o desempenho da economia brasileira foram fatores determinantes para que as negociações se tornassem mais difíceis.
O resultado do 2º semestre foi o pior dos já verificados em outros anos. Desde o início deste levantamento, o Balanço das Negociações apontou os seguintes resultados: em 1996, 60% das categoriais conquistaram reajustes iguais ou superiores ao INPC, em 1997, foram 55%, em 1998, 65% e em 1999, 50%.
Como as expectativas com relação ao desempenho econômico do Brasil foram piorando ao longo do ano, as negociações salariais também se tornaram mais difíceis à medida que os meses iam passando. Assim pode-se verificar um decréscimo de categorias que negociaram reajustes acima do INPC, notadamente a partir de abril, quando foram anunciadas as primeiras medidas de raciona-mento de energia elétrica.