O Censo 2000

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, começou a divulgar os dados preliminares do censo de 2000 que, além da contagem da população do País, mostra suas características como situação domiciliar, rendimento, consumo, sexo, religião, acesso aos serviços públicos e de infra-estrutura.

Os dados relativos ao mercado de trabalho revelam que metade dos brasileiros ganhavam no máximo 2 salários mínimos (R$ 302,00 na época). Na região Norte do País, a taxa dos que recebiam até 2 mínimos foi de 61,2%; no Nordeste, de 73,3% – a mais alta do Brasil -, e, no Sudeste, 42,2%. A região Sul apresentou taxa de 47,1% e a Centro-Oeste, de 52,6%.

Essas taxas revelam que a maior parte dos trabalhadores brasileiros recebem salário bastante abaixo do mínimo necessário para sua subsistência. O salário mínimo necessário, calculado pelo DIEESE em dezembro de 2000, quando da conclusão do Censo, era de R$ 1.004,26 – 6,65 vezes maior que o salário mínimo oficial na época, de R$ 151,00.

Os trabalhadores que recebiam 10 salários mínimos em 2000, ou R$ 1.510,00, representaram apenas 7,7% do total. Na região Sudeste, 9,7%, e na região Nordeste, apenas 4%. Do total de trabalhadores, 40% recebiam salários entre 2 e 10 salários mínimos.

A situação registrada pelo Censo em 2000 mostra que mais de 90% dos trabalhadores brasileiros – sendo 44% mulheres -, recebiam abaixo das necessidades de subsistência (moradia, alimentação, transporte, educação, saúde).

Texto escrito pela Subseção DIEESE – CNM/CUT.