Saúde: Mortes eleitorais?
O governo anunciou há dois dias uma redução de 35 % nas mortes por acidentes de trabalho, entre 1999 e 2001, como resultado das ações governamentais.
Mas a realidade não é bem essa. Veja bem:
Recessão – A atividade industrial vem caindo nos últimos anos. Desemprego, desativação de postos de trabalho, redução de jornada e eliminação de turnos de trabalho resultam em queda de acidentes.
Informalidade – A construção civil, setor grande quantidade de acidentes com mortes, está praticamente parada no que diz respeito a obras públicas. O setor privado passa por uma reestruturação brutal, com redução da mão de obra e terceirização em massa. Aumentou a informalidade, sumiram as mortes.
Sem registro – O setor de serviços é o que mais cresce e onde existe mais gente sem registro.
Trânsito – A maior causa das mortes no trabalho são os acidentes de trânsito, e estão sub-notificadas. Mortes de trabalhadores sem registro e de associados de cooperativas não entram na estatística, outras são atestadas como de acidente de trânsito, sem vínculo com trabalho.
Privatização – Agora, para quem está pretendendo ganhar as eleições e privatizar o SAT – Seguro de Acidentes de Trabalho, nada como dourar a pílula e dizer que o governo está fazendo sua parte.