Saúde e Competitividade
>> Um longo e difícil caminho para os trabalhadores dos países periféricos como o Brasil.
Fontes de uma empresa global com fábricas em vários países mostram que a subsidiária brasileira com sede em São Bernardo esbanja saúde econômica. Nos últimos cinco anos suas ações passaram a valer o triplo enquanto o índice da mais importante bolsa de valores do Brasil valorizou apenas 2 %.
>> Resultados e lucratividde são impressionantes
Em 2002, dos 80 milhões de dólares de lucro de todo grupo a empresa brasileira respondeu por 41,5 milhões de dólares. Enquanto isso, de 98 à 2002, a produtividade saltou de 27,8% para 44,5%, quase dobrando. As vendas quase duplicaram e a rentabilidade que era negativa em 98 chega aos 23,4% em 2002.
>> Perdemos renda e postos de trabalho
O custo da mão de obra foi a principal vantagem. Em 2001 o custo de uma hora trabalhada no Brasil era de 3 dólares, contra 15 no Canadá e 23 na Alemanha. Mesmo assim, em um ano foi possível baixar esse custo para apenas 2,3 dólares, igualando-se ao México, onde a degradação das condições de trabalho e da vida dos trabalhadores não pode servir de modelo do desenvolvimento que queremos para nós.
>> Acidentes e doenças como consequência
Nesse mesmo período, a saúde e a segurança no trabalho foram deploráveis.
Vários trabalhadores foram afastados por intoxicação por chumbo. Outros estão trabalhando, mas apresentam taxas muito acima das recomendadas pela Organização Mundial da Saúde.
Acidentes com máquinas desprote-gidas feriram e mutilaram gravemente dezenas de trabalhadores, e uma legião de companheiros estão com sua saúde comprometida pelas LER/DORT.
Isso tudo sem falar na poluição ambiental provocada pela falta de tratamento de lixo e efluentes industriais.
>> Essa é a realidade que temos de encarar
A competitividade nos trará uma vida melhor ou estamos apenas pavimentando nossa estrada para a marginalidade da civilização? A escolha é nossa.
Comissão de Saúde, Condições de Trabalho e Meio Ambiente