Dependência química é questão social

Desemprego, falta de opção para os jovens, problemas financeiros, salários baixos, falta de moradia, miséria e inúmeros outros problemas levam mais e mais pes-soas ao consumo e dependência de drogas, sejam elas entorpecentes, álcool ou um simples cigarro.

>> O trabalho é outra fonte

Para os que estão empregados não é diferente. A intensificação do trabalho, as exigências cada vez maiores de envolvimento e comprometimento com as metas da empresa, as necessidades diárias de superar limites pessoais aliadas ao baixo nível de remuneração e a insegurança quanto a manutenção do emprego a falta de reconhecimento têm funcionado como fatores desen-cadeantes do uso de drogas de todos os tipos, legais ou ilegais.

>> Custo é enorme

No ano passado, o Brasil gastou R$ 400 milhões somente com internações de dependentes na rede do Sistema Único de Saúde, representando mais de 30% do total de gastos com tratamentos mentais.

E não são só os adultos que se envolvem nesse desastre. Segundo pesquisas do Ministério da Saúde com estudantes de 1º e 2º graus, quase um terço deles consomem drogas como crack, cocaína, maconha, cola de sapateiro, comprimidos e novas drogas sintéticas de baixo custo e efeitos ainda desconhecidos.

>> Tráfico, violência e contrabando

Como pano de fundo, alimentando e sendo realimentado pelo sistema, o tráfico de drogas financia o contrabando de armas, que gera violência com cerca de 50 mil assassinatos por ano. Além disso, o tráfico corrompe as estruturas de poder e a estrutura social, apresentando-se como alternativa fácil para o sucesso, o consumo e o poder de milhões de pessoas excluídas. Isso tem que ter fim.

Departamento de Saúde do Trabalhador e Meio Ambiente