“A CUT vai manter sua autonomia e independência”
.Seu nome foi consenso?
Sim. A Articulação indicou meu nome para a presidência da CUT. Para a secretaria-geral foi escolhido o atual presidente, João Felício, enquanto João Vaccari (presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo) vai para a secretaria internacional.
Quais são os outros nomes?
O Congresso da CUT acontece em junho e até lá vamos buscar apoio para formarmos uma chapa ampla, envolvendo todas as regiões do País e todos os ramos econômicos da Central.
O que significa a lembrança de seu nome?
A minha indicação é um reconhecimento ao trabalho do nosso Sindicato e da nossa importância junto ao movimento sindical e à sociedade. Nosso Sindicato é de luta e propositivo.
E qual será a posição da CUT?
A CUT vai travar as negociações que até agora não conseguimos junto ao governo federal por falta de espaço. Agora vamos ter uma oportunidade efetiva para dialogar e contribuir para promover as mudanças que o País precisa.
E quais são as mudanças?
A agenda já está definida. Queremos mudança na estrutura sindical, com liberdade e autonomia sindicais e o fortalecimento das representações nos locais de trabalho. Queremos a reforma trabalhista. Precisamos avançar no sentido de valorizarmos a negociação e fortalecer o contrato coletivo de trabalho.
O primeiro debate já é o da Previdência.
Queremos a reforma da Previdência para criar de forma definitiva um regime único para todos os trabalhadores, seja do setor público ou da iniciativa privada. Precisamos também caminhar no sentido de diminuir a distância entre os benefí-cios concedidos.
Como será a relação com um governo que a CUT ajudou a eleger?
Queremos mudanças. E vamos lutar para que o País tenha melhor distribuição de renda e melhores condições de vida. Na relação com o governo, a CUT vai representar esse anseio de mudança.
A CUT vai criticar o governo Lula?
Vamos elogiar e criticar, e até mesmo cobrar as mudanças. Queremos do governo a redução das taxas de juros e medidas que coloquem o País no caminho do desenvolvimento econômico.
Os vários setores sociais querem o atendimento de suas reivindicações, e se os trabalhadores desejam ser ouvidos, teremos que participar ativamente das negociações.
O Lula interferiu na escolha de seu nome para a CUT?
O presidente deu a opinião de que a central precisa de alguém com um perfil que expresse experiência de negociar. Para Lula e para a Articulação, meu nome é o que se encaixa nesse perfil.
Mas com isso a CUT não será chapa branca?
É um motivo de felicidade ter meu nome lembrado pelo presidente. Mas a opinião dele não atrapalha a autonomia que a CUT tem perante a sociedade e os partidos. O papel da CUT continuará sendo o de representar os interesses dos trabalhadores.