Canuto: Fazendeiros condenados no Pará
Quase 18 anos depois do crime, os fazendeiros Vantuir Gonçalves de Paula e Adilson Carvalho Laranjeira foram condenados a 19 anos e dez meses de prisão cada um pelo assassinato do sindicalista João Canuto Oliveira, em 18 de dezembro de 1985. Canuto era o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Rio Maria, no Pará, e foi morto com 18 tiros.
Os fazendeiros poderão recorrer em liberdade por serem réus primários e não terem antecedentes criminais. O advogado dos fazendeiros disse que recorrerá. Mesmo assim, foi forte a emoção e a comemoração com a sentença entre as mais de 500 pessoas que acompanhavam o julgamento.
O secretário nacional dos Direitos Humanos, ministro Nilmário Miranda, e o presidente da Câmara dos Deputados, João Paulo Cunha (PT) estavam lá. “A condenação é um recado de que não há mais espaço para a impunidade neste país”, disse João Paulo.
Falta pegar os demais criminosos. Em 1990, dois filhos de Canuto foram assassinados por continuar a luta do pai. O sucessor dele no sindicato, Expedito Ribeiro de Souza, foi morto em fevereiro de 1991. E o sucessor de Expedito, Carlos Cabral Pereira, foi baleado e ferido, um mês depois. Um diretor do sindicato, Braz de Oliveira, também foi assassinado em 1990.