Dependência química: Do crack aos 8 anos à recuperação
Aos oito anos, Rodrigo fumou crack pela primeira vez. Aos 11 já era dependente e passou a roubar da própria casa, de moedas a botijão de gás, para comprar drogas. Quando começou faltar dinheiro, entrou no tráfico. Ganhava R$ 500,00 por semana e gastava tudo com crack e maconha.
A vida familiar era um inferno. A mãe batia a cabeça na parede e arrancava os cabelos; o pai tentou matá-lo com uma faca. Não sabiam como agir com o “viciado”.
Um vizinho aconselhava Ro-drigo a procurar a “chácara”, mas o garoto não queria saber do que se tratava.
Aos 16 anos morava nas ruas e, um dia, fumava crack quando sofreu violenta crise de choro. Não sabia o motivo, só não conseguia parar. Percebeu que não tinha futuro. O desespero foi insuportável. Sem ter a quem recorrer, buscou o vizinho que o levou à “chácara”, a Comunidade Terapêutica Restauração, onde chegou querendo quebrar tudo. Isso foi há um ano e seis meses.
Hoje, Rodrigo cursa o supletivo e faz estágio. “Claro que é possível se recuperar”, conta ele.
“Foi uma das maiores vitórias de minha vida”, diz, orgulhoso, à espera do filho que nasce dentro de poucos meses.