Código de Conduta faz banco se retratar
Pela primeira vez, a Comissão de Combate ao Racismo utilizou um Código de Conduta numa montadora num caso de constrangimento. LBO, trabalhador na Mercedes Benz, foi barrado na porta giratória da agência do banco Itaú que fica no pátio da montadora e onde tem conta. Mesmo depois de dispor todos seus objetos metálicos, como celular e chaves, a porta permaneceu travada. Enquanto isso, a fila aumentava. Foi quando LBO solicitou a presença de um dos gerentes da agência. O gerente disse que só permitiria sua entrada se provasse ser cliente do banco.
LBO sugeriu que a mesma exigência fosse feita para as pessoas que estavam na fila. O gerente continuou lhe negando o pedido.
“Me senti constrangido e discriminado por ser negro”, disse o metalúrgico que contou o caso à Comissão de Combate ao Racismo e em seguida lavrou um Boletim de Ocorrência no 5º DP de São Bernardo. Logo depois a Comissão conversou com o gerente para esclarecer a questão, mas ele manteve a mesma posição.
Amparada pelo Código de Conduta, a Comissão procurou a montadora para intermediar o caso. (O Código de Conduta é uma conquista dos trabalhadores de todo grupo Daimler no mundo, porque estabelece as responsabilidades sociais da montadora para com os funcionários e orienta o mesmo comportamento aos prestadores de serviço e fornecedores).
Diante disto, o gerente alegou cumprir a determinação do banco quanto à porta eletrônica e foi convencido a fazer uma retratação e um pedido de desculpas a LBO, durante uma reunião com a Comissão dos Metalúrgicos. LBO manterá a ação por constrangimento e danos morais.
A Comissão afirma que todos os que se sentirem constrangidos com situações semelhantes devem reagir e se coloca à disposição para orientações e ajuda. Basta ligar para 4128-4200, ramal 4282.