Redução de juros: Marinho leva proposta a Palocci
Falando em nome da Central Única dos Trabalhadores, o presidente da CUT Nacional, Luiz Marinho, reivindicou ontem pessoalmente ao ministro da Fazenda, Antonio Palocci, a redução dos juros estabelecidos pelo Banco Central para que seja retomado o desenvolvimento com produção e geração de empregos.
Marinho manifestou a preocupação da CUT com as altas taxas de juros. “O pequeno empresário que quer fazer capital de giro não está pagando os 26,5%, mas 70% a 80% no sistema financeiro. A dona de casa que compra um fogão para pagar em 24 meses também não paga os 26,5% do governo, mas os 180% das instituições financeiras”, disse Marinho. Ele alegou que os valores cobrados pelos bancos são escorchantes e não existe motivo algum para estarem em patamares tão absurdamente altos, exceto a ganância sem limite das instituições financeiras.
Ele propôs ao ministro a assinatura de um protocolo entre as centrais sindicais, a Febraban (federação dos bancos) e o Ministério da Fazenda para que os bancos descontem empréstimos pessoais direto na folha de pagamento. “Se o problema das taxas altas cobradas pelos bancos é o temor de calote, o desconto no holerite acaba com esta possibilidade. Se isso for feito, a taxa de empréstimo pessoal pode ser reduzida de 10% para 3% ao mês”, afirmou Marinho. Em resposta, Palocci prometeu convocar uma reunião com os empresários e banqueiros para discutir a elaboração deste protocolo.
O ministro não anunciou a decisão que será tomada pelo Banco Central hoje ou amanhã, mas disse que “vê sinais positivos na economia, como a queda na inflação, por exemplo, e isto pode orientar a redução da taxa”.
A retomada do crescimento econômico foi a outra reivindicação de Marinho no encontro com o ministro Palocci. Ele propôs a discussão setorial e recebeu a concordância do governo. O ministro adiantou para Marinho que vai convocar setores da economia, provavelmente na semana que vem, para discutir essa retomada. O setor automotivo será um dos primeiros a ser convocado.