Emprego: Marinho vai a Lula por plano de emergência
Lula recebe Marinho (foto) hoje, em Brasília, para discutirem a carta que o presidente da CUT enviou ao presidente da República solicitando audiência para definir “medidas emer-genciais destinadas à geração imediata de empregos no País”.
No documento, o sindicalista explica que resolveu agir diante dos índices recordes de desemprego registrados no Brasil. Diz também que a CUT reconhece o esforço do governo para colocar em ordem a economia.
Mas, em tom duro, destaca que a entidade não pode aceitar que o drama do desemprego alcance hoje pelo menos 20% da população trabalhadora sem reagir.
“O desemprego continua a ser tratado por representantes do governo de V.Exa apenas como um dado técnico que não exige um empenho emergencial e capaz, de uma forma drástica e radical, inverter a tendência dos indicadores de emprego em nosso País”, frisa a carta.
Adiante, Marinho lembra que CUT e outras centrais enviaram ao Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social suas propostas de políticas destinadas a retomada do crescimento, mas não tiveram resposta. Por isso solicitou a audiência. “Nós estamos certos de que o empenho “emergencial”, “radical” e “drástico” de todos nós é o mínimo que se pode fazer para que os desempregados de nosso País acreditem que, de fato, estamos todos, em particular o governo, trabalhando para a retomada do crescimento”, conclui Marinho.
>> Bronca já deu resultado
Marinho, que também preside o Consea (Conselho Nacional de Segurança Alimentar), protestou semana passada contra a demora do governo em liberar R$ 5,5 bilhões prometidos para a agricultura familiar. O problema, explicou, é que a época da plantação chegou (vai da metade de setembro até novembro) e, sem dinheiro, os pequenos produtores rurais não teriam como plantar.
A bronca deu resultados. Lula telefonou pessoalmente para Marinho e atribuiu ao Banco do Brasil o atraso. O presidente da República determinou também ao presidente do Banco do Brasil que explicasse a Marinho o que ocorria. Em seguida a instituição financeira anunciou a liberação de R$ 3,4 bilhões, ainda em outubro, para o plantio da safra. O valor é 70% maior que o destinado por FHC em 2002.