Das fábricas também sai solidariedade: Dedicação para melhorar a vida
Mais três histórias de metalúrgicos que dedicam parte do tempo ajudando a melhorar as condições de vida de comunidades carentes
Vencer um desafio. Foi assim que Rafael Borges Correia encarou a idéia de dar aulas de inglês para os moradores do Batistini, bairro de São Bernardo.
Aos 18 anos, estagiário no Departamento de Recuperação de Peças na Rolls Royce, Rafael aceitou dar as aulas atendendo ao convite de uma professora da Escola Estadual Matias Otávio Roxo, onde acabou de concluir o colegial.
“Sempre quis dar aula aqui na comunidade e isso vai me ajudar depois que concluir a faculdade”, diz ele, que acabou de ser aprovado no vestibular para o curso de processo de produção e teve seu estágio prorrogado na empresa.
As aulas acontecem todo o sábado durante uma hora e meia e atende a comunidade local e os alunos da própria escola. “Antes só tirava nota D em inglês. Neste bimes-tre minha nota foi B”, diz a jovem Cleane, aluna da sétima série da mesma escola e que frequenta as aulas de Rafael como reforço.
“Sempre quis aprender uma língua”, comenta a ajudante de cozinha Eva Maria Tomas, mãe de uma aluna, para quem o domínio de uma língua é sempre exigido para o desenvolvimento profissional.
“Dar aulas me faz bem, sonho em construir algo melhor para a nossa comunidade. Acho que a informação é o caminho para a liberdade, faz as pessoas saírem do conformismo”, responde ele a suas duas alunas.