Saúde: Ideais de masculinidade “colaboram” com o câncer de próstata

Os ideais de masculinidade podem prejudicar a saúde do homem. É o que afirma um ensaio publicado recentemente na revista Ciência e Saúde Coletiva, publicada pela Fundação Oswaldo Cruz, do Rio de Janeiro.

O pesquisador Romeu Gomes mostra que a sexualidade masculina, quando não é devidamente abordada, pode comprometer a saúde do homem, revelando que se refere à promoção de medidas preventivas normais.

É o que acontece, por exemplo, na prevenção do câncer de próstata, cujo exame mais comum de detecção da doença, o toque retal, se transformou num tabu para uma grande quantidade de homens. De acordo com Gomes, a temática já é discutida há alguns anos pelas ciências sociais e tem a ver com a construção da identidade masculina: “Na construção do que é ser homem pode estar embutido, de forma contraditória, justamente o não cuidar de si, porque ser homem é ser alguém que é poderoso, imbatível, então isso faz com que muitos não busquem cuidados”, afirma.

>> 35 mil casos por ano

No Brasil, o câncer de próstata é a segunda maior causa de mortes por câncer entre a população masculina, perdendo apenas para o câncer de pele. Só no ano passado, foram 8.230 mortes e mais 35.240 casos de câncer de próstata no País.

A detecção precoce da doença é fundamental para que aumentem as possibilidades de cura e, entre as medidas preventivas, o toque retal ainda é a mais utilizada no país, já que o exame permite encontrar nódulos pequenos e avaliar a extensão local da doença.