Avião presidencial: Polêmica na história do País
A compra do novo avião presidencial provocou uma grande polêmica. Mas isto não é novidade no Brasil. Na década de 1950, Juscelino Kubitschek usou todo seu jogo-de-cintura para evitar que a oposição, instalasse uma CPI para reverter a compra de dois Viscount, adquiridos na Inglaterra, para substituir os já veteranos Douglas C-47.
Os presidentes brasileiros tiveram aviões a sua disposição a partir da década de 1930. Cabia a Aviação Militar, que pertencia ao Exército, a Seção de Aviões de Comando. Ela abrigava a frota de aeronaves de transporte presidencial.
Getúlio pouco usava o serviço. Isso mudou com a criação da Força Aérea Brasileira em 1941. A Seção de Aviões virou Grupo de Transporte Especial, até hoje responsável pelas viagens aéreas dos presidentes. Getúlio, então, passou a voar num Eletrinha (Lockheed Electra).
>> Quadrimotores e jatos
Seu sucessor Eurico Gaspar Dutra teve à disposição, a partir de 1946, os Lockheed Lodestar e os Beechcraft. Quando Getúlio voltou ao poder, em 1950, o avião presidencial passou a ser um Douglas C-47 de quase 20 anos. Juscelino, que veio a seguir, considerava o Douglas um avião preguiçoso demais em 1957, pois desenvolvia apenas 300 quilômetros por hora.
Como o presidente voava duas vezes por semana do Rio para inspecionar as obras da construção de Brasília, gastava oito horas entre ir e voltar. JK autorizou o Ministério da Aeronáutica a adquirir dois Viscount, quadrimotores que reduziram à metade do tempo a viagem do Rio a Brasília.
Jato mesmo só a partir do governo Costa e Silva, quando foram comprados (em 1968) dois Bac One Eleven, substituídos por Ernesto Geisel (1976) pelos dois Boeing 737 ainda em uso. O detalhe é que estes aviões foram fabricados em 1958.