Proposta do Sindicato é acordo duradouro

Divergência entre empresas do setor automotivo (montadoras e autopeças) impediu que um acordo de política industrial permanente fosse adotado no Brasil.

Desde novembro passado o Sindicato manteve reuniões periódicas com o setor para debater o formato dessa política industrial permanente. Ainda não foi possível um acordo.

É que naquele mês o governo federal havia concordado em prorrogar o prazo de reduções nas alíquotas de IPI até o final de fevereiro passado. As alíquotas foram reduzidas pela primeira vez em agosto, como medida para retomar as vendas.

Ao renovar o período de redução da alíquota, de dezembro a fevereiro deste ano, o governo federal aceitou proposta do Sindicato pela qual trabalhadores e empresas debatessem um acordo de política industrial. “Deixamos claro que não aceitaríamos mais discutir políticas de quebra-galho, como a redução temporária do IPI, e que seria necessário acordo de longo prazo”, lembrou o presidente do Sindicato, José Lopez Feijóo.

A idéia era a de aproveitar o período de prorrogação e, a partir do plano de 7 metas (apresentado pelo Sindicato ao governo Lula) construir uma proposta que contemplasse impostos, financiamento e renovação da frota, dentro de prazo pré estabelecidos com metas de produção e emprego.

Tudo isso acompanhado de contrapartidas sociais como direito de organização no local de trabalho, jornada de 40 horas semanais em todas as fábricas brasileiras e piso nacional. No final a proposta seria submetida ao governo.

>> Sem acordo

“Notamos que algumas empresas têm dificuldade em aceitar uma política setorial negociada”, afirmou Feijóo, enfatizando que o único consenso entre elas é a redução da carga tributária. “Outras queriam limitar um acordo a apenas este ponto”, disse ele.

Segundo Feijóo, também é grande a resistência das empresas negociarem as contrapartidas. O representante de uma delas chegou ao ponto de dizer que o acréscimo de 200 mil veículos na produção não cobriria o custo das reivindicações dos trabalhadores.

Para Feijóo, a bola está agora no campo das empresas. O Sindicato prossegue disposto a negociar um acordo duradouro e não mais políticas de caráter emergencial, como a redução temporária de IPI.